15/12/2025 - 10h01m
Preços da soja avançam no mercado doméstico
Preços da soja avançam no mercado doméstico
As negociações envolvendo soja no mercado spot (local )estão mais aquecidas, impulsionadas pelo aumento da demanda para completar cargas nos portos brasileiros e pelas novas estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicando redução no estoque de passagem frente ao projetado no relatório anterior. Esse cenário reforçou o movimento de valorização dos prêmios de exportação no Brasil e elevou os preços internos. As exportações brasileiras da safra 2024/2025 (que se encerra ao final deste mês) foram revisadas pela Conab para um novo recorde de 106,97 milhões de toneladas, alta de 0,3% em relação ao relatório anterior. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), 98,88% desse volume já havia sido embarcado até 5 de dezembro. A liquidez tem sido maior nos portos de Santos (SP) e de Paranaguá (PR). No Porto de Santos, principal corredor de exportação do País, a cotação registra alta de 0,5% nos últimos sete dias, para R$ 142,07 por saca de 60 Kg. No Porto de Paranaguá, o Indicador CEPEA/ESALQ tem avanço de 0,9% nos últimos sete dias, para R$ 142,52 por saca de 60 Kg.
No Porto de Rio Grande (RS), mesmo com baixa liquidez, o preço tem alta de 1,6% no mesmo comparativo, para R$ 142,35 por saca de 60 Kg, sustentado pela oferta limitada no Estado. A produção 2024/2025 do Rio Grande do Sul caiu 23,6% em relação à temporada anterior. O consumo doméstico foi mantido em patamar recorde, estimado em 58,57 milhões de toneladas. Com isso, o estoque de passagem foi ajustado para 10,43 milhões de toneladas, queda de 2,9% em relação à projeção de novembro. Ainda assim, esse volume é 44,3% superior ao da safra passada, fator que limitou as altas no mercado interno. A valorização também foi contida pelo retorno das chuvas às principais regiões produtoras, amenizando as preocupações de agricultores. Ainda assim, a Conab revisou para baixo a produtividade de Mato Grosso na safra 2025/2026, reduzindo a oferta nacional para 177,12 milhões de toneladas, 0,3% abaixo do previsto anteriormente. A semeadura de soja atinge 90,3% do total estimado no País. Como resultado, o Indicador CEPEA/ESALQ - Paraná registra alta de 0,5% nos últimos sete dias, a R$ 135,83 por saca de 60 Kg.
Nos últimos sete dias, as cotações se mantêm estáveis no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e apresentam avanço de 0,5% no mercado de lotes (negociação entre empresas). O mercado de farelo de soja também apresenta maior liquidez, influenciado pela demanda dos setores de aves e suínos, que buscam reforçar estoques de médio prazo. A demanda internacional também está aquecida, elevando os prêmios de exportação para patamares positivos, algo não observado desde abril, quando considerado os contratos de primeiro vencimento. Assim, o preço do farelo tem alta de 1,3% nos últimos sete dias. Para o óleo de soja, as negociações estão lentas, diante da ausência de novas compras por parte das indústrias de biodiesel. O óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS) registra recuo de 2,5% nos últimos sete dias, para R$ 6.629,09 por tonelada. Os futuros da soja operam abaixo de US$ 11,00 por bushel na Bolsa de Chicago, pressionados pela valorização do dólar frente a outras moedas, movimento que reduz a competitividade do produto norte-americano em relação ao da América do Sul.
A queda, porém, foi parcialmente limitada após o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) reduzir a taxa básica de juros dos Estados Unidos em 0,25%, para o intervalo entre 3,5% e 3,75% ao ano, movimento que tende a pressionar o dólar internacional. O contrato Janeiro/2026 da soja tem baixa de 2,3% nos últimos sete dias, a US$ 10,93 por bushel. Com base no contrato Dezembro/2025, os futuros do farelo e do óleo têm recuo de 3,1% e 1,9% nos últimos sete dias, respectivamente, passando para US$ 329,37 por tonelada e a US$ 1.114,65 por tonelada. A Argentina também ganhou destaque com o anúncio de novas reduções das retenciones: a tarifa sobre a soja grão caiu de 26% para 24%, enquanto as alíquotas de farelo e óleo passaram de 24,5% para 22,5%. A medida tende a aumentar a competitividade do país no mercado global. Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, a semeadura da safra 2025/2026 na Argentina segue acelerada, alcançando 58,6% dos 17,6 milhões de hectares previstos. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.