Charbel Representações

Charbel News

Soja

Preços da soja sustentados no mercado doméstico

01/12/2025 - 10h22m

Preços da soja sustentados no mercado doméstico

Preços da soja sustentados no mercado doméstico

O ritmo de semeadura da soja da safra 2025/2026 segue abaixo do registrado na temporada passada, reflexo da distribuição irregular das chuvas em grande parte do território nacional nos últimos três meses. Na Região Sul do País, o excesso de umidade ainda tem limitado o acesso às lavouras. Na região Centro-Oeste e no Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) a distribuição desigual das precipitações resultou em umidade abaixo do necessário para avançar nos trabalhos de campo. Apesar do aumento recente dos acumulados pluviométricos no Centro-Oeste e no Matopiba e da redução dos volumes de chuvas na Região Sul, especialmente no Paraná, o cenário é de incertezas quanto ao potencial produtivo da safra 2025/2026. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), 78% da área nacional havia sido semeada até 22 de novembro, abaixo dos 83,3% registrados no mesmo período do ano passado.

Na Região Centro-Oeste, o cultivo caminha para a reta final: Mato Grosso já concluiu 99,1% da área (contra 99,3% há um ano); Mato Grosso do Sul, 95%, 2% acima do verificado em 2024; e Goiás alcança 74%, abaixo dos 87% registrados há um ano. São Paulo encerrou as atividades de semeadura, em linha com a safra anterior. Em Minas Gerais, 70,5% da área foi cultivada, abaixo dos 80% verificados no ano passado. O Paraná havia semeado 92% da área até o dia 22 de novembro (contra 96% há um ano). Em Santa Catarina, o avanço é de 52%, inferior aos 70% observados na temporada passada. No Rio Grande do Sul, a semeadura atinge 47%, muito próxima dos 48% do mesmo período de 2024. No Matopiba, o ritmo segue desigual: no Maranhão, apenas 19% da área havia sido cultivada (ante 40% há um ano); em Tocantins, 72% (18 pontos abaixo dos 90% de 2024); no Piauí, a semeadura soma 35% da área (também inferior aos 50% do ano passado); e, na Bahia, 65%, 13% a menos do que na safra anterior.

Além de estarem focados nas atividades de campo e sem necessidade imediata de caixa, os produtores nacionais acompanham a valorização externa, que contribui para sustentar os preços internos. Por outro lado, a queda dos prêmios de exportação limita avanços mais significativos no mercado doméstico. Em novembro, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, avançou 1,8%, para R$ 140,39 por saca de 60 Kg, o maior valor real em três meses. Nos últimos sete dias, especificamente, a alta é de leve 0,1%. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registrou em novembro a maior média real do ano, de R$ 134,68 por saca de 60 Kg, 1,5% acima de outubro. Nos últimos sete dias, especificamente, a alta também é de leve 0,1%.

No mercado internacional, a retomada das negociações entre a China e os Estados Unidos impulsionou os preços e o ritmo de compras em novembro, recolocando as cotações em patamares observados no primeiro semestre de 2024. Na Bolsa de Chicago, o contrato de primeiro vencimento da soja avançou expressivos 8,5% entre as médias de outubro e novembro, atingindo US$ 11,22 por bushel, a maior média nominal desde junho/2024. A evolução foi contida apenas pelo leve recuo de 0,4% nos últimos sete dias. Além da valorização do grão, a demanda global firme por farelo ajudou a sustentar os preços da matéria-prima em novembro. As cotações do derivado subiram 5,6% entre outubro e novembro. Nos últimos sete dias, as negociações são pontuais, e os preços apresentam avanço de 0,1%.

Na Bolsa de Chicago, o contrato de primeiro vencimento do farelo registrou forte alta de 12,8% entre outubro e novembro, chegando a US$ 352,47 por tonelada, a maior média mensal desde setembro de 2023. A valorização foi limitada pela queda semanal de 0,6%. As negociações envolvendo o óleo de soja, por sua vez, perderam ritmo em novembro, já que grande parte das indústrias de biodiesel (nacionais e estrangeiras) havia realizado aquisições antecipadas nos meses anteriores, reduzindo a presença no mercado spot. Com isso, o preço do óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS) caiu 4,8% entre as médias de outubro e novembro, para R$ 7.109,68 por tonelada. Nos últimos sete dias, especificamente, a queda é de 0,7%. Na Bolsa de Chicago, o contrato de primeiro vencimento do óleo registrou leve alta de 0,3% entre outubro e novembro, para US$ 1.111,45 por tonelada. Nos últimos sete dias, observa-se um recuo acumulado de 1,6%. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.

 

 

←→