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Os valores externos do óleo de soja estão em alta. O impulso vem das expectativas de maior demanda pelo derivado para a produção de biodiesel nos Estados Unidos.

23/06/2025 - 09h04m

Os valores externos do óleo de soja estão em alta. O impulso vem das expectativas de maior demanda pelo derivado para a produção de biodiesel nos Estados Unidos.

Preços da soja sustentados no mercado doméstico

Os valores externos do óleo de soja estão em alta. O impulso vem das expectativas de maior demanda pelo derivado para a produção de biodiesel nos Estados Unidos. Uma recente proposta da Agência Nacional de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) prevê aumento na mistura do biodiesel ao óleo diesel nos próximos dois anos (2026 e 2027), e o óleo de soja é a principal matéria-prima do biocombustível. Além disso, o conflito no Oriente Médio tende a impactar na oferta e no preço do petróleo, contexto que reforçou o movimento de alta nas cotações do óleo de soja. Agentes de mercado estão atentos e receosos com o conflito, tendo em vista a possibilidade de o Irã fechar a principal rota marítima mundial para navios petroleiros, o Estreito de Ormuz, que é uma via localizada entre o Irã e o Omã.

Diante disso, o contrato futuro de primeiro vencimento (Julho/2025) do óleo de soja, negociado na Bolsa de Chicago registra alta de expressivos 15% nos últimos sete dias, indo para US$ 1.207,46 por tonelada. Na sexta-feira (20/06), o valor do óleo de soja chegou a operar no maior patamar desde outubro de 2023, tendo-se como base os contratos de primeiro vencimento. A forte valorização externa pressiona os prêmios de exportação do óleo de soja no Brasil. Além disso, a demanda brasileira por óleo está baixa, devido à menor procura pelo setor de biocombustível no País. Assim, com base no Porto de Paranaguá (PR) e no embarque em julho/2025, o prêmio de exportação de óleo de soja, do lado comprador, caiu de -US$ 0,03 por libra-peso no dia 12 de junho para -US$ 0,75 por libra-peso agora.

No início deste mês, os prêmios estavam positivos. Diante disso, o preço do óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS incluso) apresenta leve queda de 0,8% nos últimos sete dias, a R$ 6.224,93 por tonelada. A maior demanda externa por óleo de soja tende a estimular o esmagamento da oleaginosa e, consequentemente, aumentar a produção do farelo, desafiando as indústrias quanto ao escoamento deste subproduto. Vale lembrar que, para cada tonelada de soja processada, cerca de 19% correspondem à produção de óleo e 78%, à de farelo. Diante disso, os preços futuros do farelo de soja estão pressionados. O contrato Julho/2025, na Bolsa de Chicago, registra desvalorização de 3,3% nos últimos sete dias, a US$ 314,05 por tonelada.

No Brasil, a demanda segue baixa, uma vez que boa parte dos agentes estão abastecidos para o médio prazo. Nos últimos sete dias, as cotações caíram 1,2%. Os contratos futuros da soja grãos estão em alta na Bolsa de Chicago, influenciados pela valorização do óleo de soja e pela piora nas condições das lavouras norte-americanas. De acordo com o relatório de acompanhamento de safras do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), até 15 de junho, 93% da área destinada à soja na safra 2025/2026 havia sido cultivada nos Estados Unidos. Da área semeada, 66% apresentavam condições entre boas e excelentes, 2% abaixo da semana passada e 4% inferior há um ano. Em condições médias permanecem 27% das lavouras. Em condições ruins e muito ruins estão 7% das lavouras, 2% acima do observado na semana anterior e em período equivalente de 2024.

O movimento de valorização do grão, por sua vez, é limitado pela retração nos embarques de soja nos Estados Unidos. Diante disso, o contrato de primeiro vencimento (Julho/2025) registra avanço de 3,1% nos últimos sete dias, a US$ 10,74 por bushel. A alta no preço externo dá suporte às cotações da oleaginosa no Brasil. A liquidez é baixa, com produtores evitando negociar grandes volumes no mercado spot. Esses agentes estão atentos aos prêmios de exportação mais atrativos para os próximos meses. Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta alta de 0,3%, cotado a R$ 134,70 por saca de 60 Kg.

A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra avanço de 0,4% nos últimos sete dias, a R$ 129,35 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, os aumentos são de 0,4% no mercado de balcão (valor pago ao produtor) e de 0,7% no mercado de lotes (negociações entre empresas). Os produtores se preparam para o período de vazio sanitário da soja no Brasil, medida que busca combater a ferrugem asiática. De acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o período em que não pode haver plantas vivas nas lavouras iniciou-se em Mato Grosso (de 8 de junho a 6 de setembro), em Mato Grosso do Sul (de 15 de junho a 15 de setembro), em Rondônia (de 10 de junho a 10 de setembro) e em uma parte de São Paulo (de 1º de junho a 31 de agosto). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.

 

 

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