02/06/2025 - 09h21m
Preços da soja pressionados no mercado interno
Preços da soja pressionados no mercado interno
Ao longo de maio, os preços da soja oscilaram dentro de uma faixa estreita, com as pequenas variações sendo influenciadas pelo contexto de oferta da América do Sul, pelo ritmo de cultivo da nova safra nos Estados Unidos, mesmo por impactos das tarifas norte-americanas sobre outros países e por reações dos governos impactados por tais medidas. Na última semana, as cotações seguiram levemente pressionadas, e a média mensal de maio acabou ficando abaixo da de abril. Enquanto isso, as exportações de soja em grão seguem aceleradas. Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta recuo de 0,6%, cotado a R$ 133,00 por saca de 60 Kg. Entre abril e maio, a média do Indicador cedeu 1,2%. Na comparação com maio/2024, a queda é de 2,2%, em termos nominais.
A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ se mantém estável nos últimos sete dias, a R$ 128,18 por saca de 60 Kg. A média de maio, porém, caiu 1,3% sobre a do mês anterior e 2,2% na comparação com maio/2024. Nos últimos sete dias, os valores registram alta de 0,3% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 0,1% no mercado de lotes (negociações entre empresas). Entre abril e maio, os recuos nas médias são de 2,4% no caso do balcão e de 1,3% no caso do mercado de lotes. As médias atuais estão respectivamente 1,2% e 2,1% inferiores às verificadas há um ano, em termos nominais. No mercado internacional, os contratos futuros da soja são pressionados pelo fortalecimento do dólar frente ao Real.
Na Bolsa de Chicago, o contrato Junho/2025 da oleaginosa está cotado a US$ 10,51 por bushel, queda de 1,5% nos últimos sete dias. Quanto às exportações, dados preliminares da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) indicam que, até 26 de maio, o Brasil escoou 11,15 milhões de toneladas de soja, com média diária de embarques 8,96% maior que a de maio/2024, evidenciando demanda externa firme e fluxo logístico eficiente. Esse ritmo de embarque tende a oferecer suporte aos preços no médio prazo, mesmo diante das oscilações observadas no curto prazo. Os preços do óleo de soja estão pressionados no mercado interno, devido à baixa demanda pelo coproduto. No mercado externo, os valores são influenciados por incertezas quanto à demanda futura por biodiesel nos Estados Unidos.
O óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS) está cotado a R$ 6.288,61 por tonelada, queda de 1,9% nos últimos sete dias. No front externo, o contrato de Junho/2025 registra baixa de 1,5% no mesmo período, a US$ 1.066,81 por tonelada. Por outro lado, os preços do farelo de soja estão em alta no mercado nacional, devido à alta demanda. Preocupações com as fortes chuvas na Argentina podem prejudicar a oferta do principal concorrente dos Estados Unidos e direcionar a procura ao Brasil. Já as cotações externas estão em baixa. Nos últimos sete dias, a média do farelo de soja tem avanço de 0,5%. No mercado externo, o contrato Junho/2025 apresenta desvalorização de 0,7%, a US$ 326,72 por tonelada. A colheita da safra 2024/2025 no Brasil está praticamente finalizada.
De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), 99,5% da área havia sido colhida até o dia 24 de maio, restando apenas Maranhão (90%), Santa Catarina (97,5%), Piauí (99%) e Rio Grande do Sul (99%) para encerrarem as atividades. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) apontou, no dia 27 de maio, que o cultivo da temporada 2025/2026 atingiu 76% da área até 25 de maio, avanço de 10% em uma semana e acima dos 68% semeados na média dos últimos cinco anos. Na Argentina, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires indicou que a colheita de soja atingiu 80,7% da área até 28 de maio, avanço de 6,4% na semana. Os trabalhos estão atrasados em relação à safra passada e à média dos últimos cinco anos, devido ao alagamento de áreas do centro-norte de Buenos Aires. O rendimento médio nacional é de 3.090 quilos por hectare, com estimativa de produção de 50 milhões de toneladas. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.
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