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Preços da soja enfraquecidos no mercado interno

19/05/2025 - 10h03m

Preços da soja enfraquecidos no mercado interno

Preços da soja enfraquecidos no mercado interno

A produtividade da soja da atual safra está satisfatória em importantes regiões produtoras, o que mantém elevada a oferta doméstica da oleaginosa. Projeções indicam crescimento de área na próxima temporada. Do lado da demanda, a trégua comercial entre os Estados Unidos e a China pode limitar o crescimento dos embarques brasileiros de soja. O governo norte-americano reduziu as tarifas de importações da China, de 145% para 30%; a China, por sua vez, reduziu as tarifas sobre os produtos norte-americanos de 125% para 10%. Esse cenário mantém enfraquecidos os valores de negociação no spot nacional. Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta recuo de 0,6%, cotado a R$ 131,74 por saca de 60 Kg. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra queda de 0,3% nos últimos sete dias, a R$ 127,51 por saca de 60 Kg.

Nos últimos sete dias, os preços se mantêm estáveis no mercado de balcão (valor pago ao produtor) e apresentam leve alta de 0,2% no mercado de lotes (negociações entre empresas). No mercado externo, a trégua comercial sustentou as cotações. Na Bolsa de Chicago, o contrato Julho/2025 da soja em grão e do farelo de soja registram avanço de 0,6%, ambos, com respectivos fechamentos de US$ 10,51 por bushel e de US$ 326,72 por tonelada. O contrato de mesmo vencimento do óleo tem alta de 1,8% nos últimos sete dias, a US$ 1.087,31 por tonelada. Relatório divulgado no último dia 12 de maio pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) mostra que a produção mundial de soja deve passar de 420,87 milhões de toneladas na safra 2024/2025 para um novo recorde de 426,82 milhões de toneladas em 2025/2026. Os Estados Unidos já semearam 48% dos 33,47 milhões de hectares projetados para a safra 2025/2026, com produção estimada em 118,12 milhões de toneladas, 0,61% abaixo da atual temporada (2024/2025).

A produção 2025/2026 no Brasil é estimada em novo recorde, de 175 milhões de toneladas, 3,6% superior às 169 milhões de toneladas indicadas para 2024/2025; este volume é próximo ao estimado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de 168,3 milhões de toneladas para a atual temporada. Ainda segundo a Conab, as atividades de campo estão praticamente finalizadas no Brasil, com 98,5% das lavouras colhidas até 10 de maio, restando apenas alguns Estados: Maranhão (78% colhidos), Santa Catarina (95,1%) e Rio Grande do Sul (96%). Para a Argentina, o USDA estima produção de 49 milhões de toneladas de soja nesta temporada 2024/2025, pouco abaixo da projeção da Bolsa de Cereais de Buenos Aires, de 50 milhões de toneladas. Até o dia 14 de maio, a colheita da oleaginosa havia alcançado 64,9% da área estimada na Argentina. Para a próxima temporada (2025/2026), a produção prevista é de 48,5 milhões de toneladas de soja.

Quanto às exportações, o USDA estima que devem sair dos portos brasileiros 104,5 milhões de tonelada de soja nesta temporada (de outubro/2024 a setembro/2025), 0,95% abaixo do estimado em abril, mas ainda recorde em comparação com as safras anteriores. Para a próxima temporada (outubro/2025 a setembro/2026), a projeção é de que o Brasil escoe 112 milhões de toneladas, crescimento de 7,2%. Os embarques norte-americanos foram revisados para 50,35 milhões de toneladas na atual safra (setembro/2024 a agosto/2025), 1,4% acima do estimado no relatório de abril e 9,15% superior ao volume embarcado na temporada passada. Para 2025/26, a projeção é de que 49,4 milhões de toneladas sejam embarcadas, diminuição de 1,9%. O Paraguai, o terceiro maior exportador global de soja, deve escoar 7,7 milhões de toneladas de soja na safra 2025/2026, 13,24% a mais que o volume projetado para a atual temporada (de janeiro a dezembro/2025), de 6,8 milhões de toneladas.

Devido ao elevado estoque de passagem da China na safra 2024/2025 (de outubro/2024 a setembro/2025), o USDA reduziu em 1 milhão de toneladas a estimativa de importação entre os relatórios de abril e de maio e em 3,6% frente à temporada anterior, apontada agora em 108 milhões de toneladas em 2024/2025. Para a próxima safra, a projeção é de crescimento de 3,7% nas importações chineses, para 112 milhões de toneladas. As importações da União Europeia devem passar de 14,6 milhões de toneladas na atual temporada (de outubro/2024 a setembro/2025) para 14,3 milhões de toneladas na safra 2025/2026. Quanto ao farelo de soja, a produção mundial é projetada em volume recorde, de 287,63 milhões de toneladas na temporada 2025/2026, sendo 3,4% acima da safra 2024/2025 (278,1 milhões de toneladas). As transações globais da temporada 2025/2026 também devem crescer, estimadas em quantidade recorde de 80,92 milhões de toneladas. Deste volume, 37% devem ser de origem argentina e 28,7%, brasileira.

Na safra 2024/2025, o USDA aponta que, das 79,7 milhões de toneladas de farelo de soja transacionadas mundialmente, 36,5% referem-se aos embarques da Argentina e 28,4%, do Brasil. A importação de farelo de soja da União Europeia (principal importador global) deve reduzir de 18,4 milhões de toneladas na safra 2024/25 para 16,9 milhões de toneladas na temporada 2025/2026. A produção global de óleo de soja é estimada em 70,77 milhões de toneladas na safra 2025/2026, 3,21% acima das 68,57 milhões de toneladas de 2024/2025. As exportações mundiais são projetadas em 13,74 milhões de toneladas, redução de 3% sobre a safra anterior. A Índia segue como o principal país importador deste derivado. Quanto ao consumo mundial, 15,8 milhões de toneladas devem ser destinadas ao setor industrial, aumento de 2,2% frente à temporada atual (15,5 milhões de toneladas), e 53,3 milhões de toneladas, ao alimentício, crescimento de 2,9% em relação à safra 2024/25 (51,8 milhões de toneladas). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.