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Preços da soja pressionados no mercado doméstico

05/05/2025 - 08h54m

Preços da soja pressionados no mercado doméstico

Preços da soja pressionados no mercado doméstico

O clima favorável à colheita de soja da safra 2024/2025 no Brasil e na Argentina e ao cultivo da temporada 2025/2026 nos Estados Unidos está pressionando os prêmios de exportação da oleaginosa. Nos portos e no mercado spot, além desse cenário, os vencimentos de custeios no encerramento de abril reforçam o movimento de baixa, elevando pontualmente o interesse de venda, que está acima da demanda. Ressalta-se que muitos vendedores ainda aguardam por preços maiores nos meses seguintes, mostrando preferência em negociar contratos a termo. Com base no Porto de Paranaguá (PR) e no embarque em maio/2025, o prêmio de exportação de soja é ofertado +US$ 0,25 por bushel pelo comprador e a +US$ 0,35 por bushel pelo vendedor. Na semana passada, o prêmio estava sendo ofertado em +US$ 0,70 por bushel pelo vendedor, e, na primeira semana de abril, operava acima de +US$ 1,00 por bushel.

Diante disso, o preço FOB da soja no Porto de Paranaguá registra forte queda de 4,9% nos últimos sete dias, passando para US$ 392,81 por tonelada (US$ 23,57 por saca de 60 Kg). Vale mencionar que, na maior parte de abril, as cotações estiveram acima de US$ 400,00 por tonelada. A paridade de exportação de soja é calculada em R$ 133,42 por saca de 60 Kg, baixa de mais de 5% nos últimos sete dias, porém, ainda acima do valor negociado no mercado spot nacional. Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta recuo de 2,2%, cotado a R$ 132,14 por saca de 60 Kg. Na média de abril, o Indicador teve avanço de 0,9% sobre a de março. Para embarque em junho/2025, a paridade de exportação é de R$ 140,09 por saca de 60 Kg; para julho/2025, R$ 142,90 por saca de 60 Kg; e para agosto/2025, R$ 148,35 por saca de 60 Kg.

Para embarques em 2026, a paridade de exportação também está maior que a do mercado spot, calculada em R$ 143,31 por saca de 60 Kg para fevereiro/2026; em R$ 140,17 por saca de 60 Kg para março/2026; em R$ 142,20 por saca de 60 Kg para abril/2026; em R$ 145,13 por saca de 60 Kg para maio/2026; em R$ 148,96 por saca de 60 Kg para junho/2026; e em R$ 149,65 por saca de 60 Kg para julho/2026. Para este cálculo, foi utilizado o dólar futuro negociado na B3 no dia 30 de abril. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra queda de 1% nos últimos sete dias, a R$ 127,79 por saca de 60 Kg. Entre as médias de março e abril, por sua vez, houve alta de 1,5%. Nos últimos sete dias, as baixas são de 1,2% no mercado de balcão (valor pago ao produtor) e de 1,3% no mercado de lotes (negociações entre empresas). Na média do mês e abril, os preços de balcão recuaram 0,1%, enquanto os de lotes avançaram 1,1%.

As negociações envolvendo farelo e óleo de soja seguem pontuais, o que pressiona os prêmios de exportação e os valores domésticos desses coprodutos e, consequentemente, a margem de lucro das indústrias. Com base no preço FOB da soja, do farelo e do óleo de soja em Paranaguá (PR), a “crush margin” caiu 7,8% para o embarque em junho e 8,8% para embarque em julho. No spot, o preço do óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS incluso) registra média de R$ 6.649,42 por tonelada, queda de 0,7% nos últimos sete dias. Entre as médias de março e de abril, os preços ficaram praticamente estáveis (+0,1%). No comparativo anual, os valores atuais estão 19% superiores, em termos reais (IGP-DI, de março/2025). Quanto ao farelo de soja, a queda é de 1,1% nos últimos sete dias. Entre março e abril, a baixa é de 2,1% e, na média anual, de 12,8%, em termos reais. Os preços do complexo soja estão em baixa na Bolsa de Chicago, refletindo as incertezas sobre as exportações norte-americanas e o bom ritmo do cultivo da nova safra nos Estados Unidos.

Nos últimos sete dias, o contrato de primeiro vencimento (Maio/2025) da oleaginosa tem baixa de 1,2%, a US$ 10,40 por bushel. O contrato de mesmo vencimento do óleo de soja apresenta desvalorização de 0,6%, a US$ 1.088,19 por tonelada. O contrato Maio/2025 do farelo de soja registra recuo de 0,8%, a US$ 315,81 por tonelada. A colheita segue avançando no Brasil e na Argentina. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), até o dia 26 de abril, 94,8% da área nacional de soja havia sido colhida, superando os 90,5% registrados no mesmo período de 2024. Na Argentina, os produtores estão mais otimistas. Além de maior incentivo do governo para as exportações, as áreas recém-colhidas apresentam maior produtividade que as precoces. De acordo com a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, 23,6% da área foi colhida até o dia 29 de abril. Nos Estados Unidos, o cultivo da temporada 2025/2026 alcançava 18% da área até o dia 27 de abril, avanço de 10% em uma semana e acima dos 12% na média dos últimos cinco anos, de acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.