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Soja

Tendência de queda nos preços com maior oferta 

31/03/2025 - 09h00m

Tendência de queda nos preços com maior oferta 

Tendência de queda nos preços com maior oferta 

A maior demanda externa pela soja brasileira está elevando o ritmo de negócios no spot nacional. Esse cenário é influenciado pela valorização do dólar frente ao Real, que deixa as commodities do Brasil mais atrativas aos consumidores estrangeiros. Além disso, os produtores mostram mais interesse em comercializar parte da safra 2024/2025 no mercado spot, especialmente para “fazer caixa” para o custeio de financiamentos para a próxima temporada. De acordo com dados preliminares da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), na parcial de março (até o dia 21), o Brasil já havia embarcado 10,25 milhões de toneladas de soja, 59,5% a mais que o volume escoado em todo o mês de fevereiro. A média diária de exportação em março está 25,2% acima registrada há um ano. No entanto, mesmo com a maior liquidez, a oferta de soja segue acima da demanda, cenário que resulta em leve baixa nos preços domésticos. A queda está atrelada também à diminuição nos prêmios de exportação e ao avanço acelerado das atividades de campo no País.

Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta recuo de 0,1%, cotado a R$ 133,13 por saca de 60 Kg. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra queda de 0,3% nos últimos sete dias, a R$ 127,57 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, as quedas são de 1,1% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 0,3% no mercado de lotes (negociações entre empresas). Os preços do farelo de soja seguem oscilando dentre as regiões brasileiras. Uma parte dos consumidores está abastecida para longo prazo e não mostra interesse em adquirir grandes volumes. Já uma outra parcela realiza pequenas compras diárias. As baixas prevalecem e, nos últimos sete das, a queda é de 1,2%. No mercado de óleo de soja, os preços apresentam recuos consecutivos.

Agentes estavam no aguardo de maior demanda, sobretudo das indústrias de biodiesel, cenário que ainda não se confirmou. Diante disso, o óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS) é comercializado à média de R$ 6.487,71 por tonelada, baixa de 3,5% nos últimos sete dias. As atividades de campo seguem em ritmo intenso e o clima vem contribuindo para produtividades excepcional em grande parte do Brasil. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), até 23 de março, a colheita da soja no País atingiu 76,4% da área total, superando os 66,3% registrados no mesmo período de 2024 e acima da média de cinco anos, de 66,2%. Em Mato Grosso, principal Estado produtor, 98,8% da área já foi colhida, acima dos 95,5% de um ano atrás. Em Goiás, as atividades avançaram para 90%, superando os 75% do ano passado. Em Minas Gerais houve um salto expressivo, com 86% da área colhida, 26% acima de 2024. Em São Paulo, a colheita chegou a 97%, contra 88% no ano anterior.

No Paraná, 81% da área já foi colhida, em linha com o mesmo período da safra passada e, em Santa Catarina, a colheita alcançou 45%, superando os 29% colhidos há um ano. Na região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), a colheita também segue intensa. No Maranhão, 55% da área já foi colhida, avanço significativo frente aos 38% de 2024. Na Bahia, a colheita dobrou em relação ao ano passado, atingindo 80%. O Piauí também apresentou forte crescimento, chegando a 55% da área, contra 24% em 2024. Em Tocantins, o avanço foi para 75%, superando os 65% registrados no mesmo período do ano passado. No Rio Grande do Sul, onde a safra de soja é mais tardia em relação aos demais Estados, dados da Conab mostram que as atividades de campo foram concluídas em 19% da área, significativamente acima dos 3% em igual período de 2024. As negociações de soja e de óleo de soja seguem firmes nos Estados Unidos.

Rumores de que a partir de 2 de abril novas tarifas de exportação serão impostas pelo governo norte-americano fizeram com que parte dos importadores mostre maior interesse em garantir volumes antes deste período. Além disso, a firme demanda por óleo de soja para a produção de biodiesel no país também vem gerando expectativas de maior demanda de soja para esmagamento. Diante disso, na Bolsa de Chicago, o contrato Maio/2025 da soja registra leve alta de 0,4% nos últimos sete dias, a US$ 10,16 por bushel. O contrato de mesmo vencimento do óleo de soja tem alta significativa de 3,7%, para US$ 975,98 por tonelada. O contrato Maio/2025 do farelo de soja registra queda de 0,9% nos últimos sete dias, a US$ 324,63 por tonelada. Na Argentina, de acordo com o relatório da Bolsa de Cereais de Buenos Aires, as chuvas da última semana em algumas áreas de cultivo não alteraram a situação das lavouras, que continuam com rendimento abaixo da média. A estimativa de produção foi mantida em 48,6 milhões de toneladas. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.

 

 

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