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Preços da soja pressionados no mercado doméstico

27/01/2025 - 09h17m

Preços da soja pressionados no mercado doméstico

Preços da soja pressionados no mercado doméstico

As cotações da soja estão em baixa no mercado brasileiro, pressionadas pela entrada da nova safra (2024/2025), sobretudo no estado do Paraná, que segue liderando as atividades de campo nesta temporada. O tempo esteve mais favorável para a colheita na parte sul de Mato Grosso do Sul e no Paraná, mas as chuvas no Cerrado brasileiro atrapalharam parcialmente os trabalhos. Além disso, a baixa nos preços domésticos foi reforçada pela desvalorização cambial (US$/R$). Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta recuo de 0,3%, cotado a R$ 133,80 por saca de 60 Kg.

Vale ressaltar que as negociações no spot nacional estão abaixo dos valores apontados pela paridade de exportação, considerando-se os embarques para os próximos meses. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra queda de 1,1% nos últimos sete dias, a R$ 128,50 por saca de 60 Kg. O menor valor nominal desde 26 de agosto de 2024. Nos últimos sete dias, as quedas são de 0,2% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 1,2% no mercado de lotes (negociações entre empresas). Com base no Porto de Paranaguá (PR) e no dólar futuro negociado na B3, a paridade de exportação de soja é calculada em R$ 139,37 por saca de 60 Kg para embarque em fevereiro/2025; em 136,81 por saca de 60 Kg para março/2025; R$ 139,21 por saca de 60 Kg, para abril/2025 e em R$ 143,91 por saca de 60 Kg para maio/2025.

Para embarque em março/2026, a paridade de exportação é calculada em patamar bem mais elevado, de R$ 149,70 por saca de 60 Kg. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a colheita da soja alcançou 1,2% dos 47,4 milhões de hectares cultivados no Brasil até o dia 19 de janeiro. Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), as atividades de campo seguem mais intensas no Paraná, com 8% da área colhida, com avanço mais expressivo na região de Toledo: 50% da área colhida. Em Cascavel, 22% da área foi colhida até o dia 20 e, em Umuarama, 10%. Em Mato Grosso, segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), a colheita segue em ritmo lento, devido ao elevado índice pluviométrico. Apenas 1,41% da safra havia sido colhida até o dia 17 de janeiro, significativamente abaixo dos 12,8% colhidos em período equivalente da temporada passada.

Os preços dos derivados de soja estão em alta, impulsionados pelas maiores demandas doméstica e externa. Os compradores brasileiros, especificamente, indicam interesse em adquirir pequenos volumes, na expectativa de cotações menores com o avanço da colheita no Brasil. Porém, pesa contra esses agentes o fato de os prêmios de exportação e os contratos futuros terem subido, sustentando também as paridades de exportação de farelo e óleo de soja. Com isso, o óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS incluso) está cotado a R$ 6.903,17 por tonelada, alta de 1,1% nos últimos sete dias. Quanto ao farelo de soja, os preços registram avanço de 0,4% no mesmo comparativo.

A soja voltou a ser negociada nos maiores patamares desde 26 de julho do ano passado no mercado internacional. Além das condições climáticas adversas na América do Sul, especialmente no Brasil e na Argentina, a queda do dólar, que tende a favorecer as exportações dos Estados Unidos, reforçou o suporte sobre os valores. O contrato Março/2025 da soja apresenta alta de significativos 4,6% nos últimos sete dias, a US$ 10,65 por bushel. O contrato de mesmo vencimento do farelo está cotado a US$ 347,56 por tonelada, forte alta de 7,1% nos últimos sete dias. O contrato Março/2025 do óleo de soja, por sua vez, se mantém praticamente estável (+0,2%), a US$ 992,95 por tonelada. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.