16/12/2024 - 10h16m
Preços da soja estão pressionados no mercado interno
Preços da soja estão pressionados no mercado interno
A firme demanda por óleo de soja no Brasil e nos Estados Unidos, sobretudo para a produção de biodiesel, sustenta os preços do derivado. Além disso, estimativas indicando crescimento na demanda global por óleo também dá suporte às cotações. De acordo com o relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgado no dia 10 de dezembro, as transações globais de óleo de soja são estimadas em quantidade recorde de 12,64 milhões de toneladas, 4,6% acima do volume projetado em novembro e 7,5% superior ao da safra passada. Do lado dos consumidores, o USDA reajustou as projeções de importação da Índia (principal importadora) para 3,8 milhões de toneladas, 5,6% a mais que o estimado no relatório passado. Entre os dois últimos relatórios, também foi aumentada a projeção de importação da União Europeia, em 23,8%; da China, em 25%; e do Canadá, em 66,7%. Quanto às exportações, a Argentina deve abastecer o mercado global com 5,8 milhões de toneladas de óleo de soja, 3,6% a mais que o estimado no relatório passado e o maior volume desde a safra 2020/2021.
O Brasil deve enviar aos países estrangeiros 1,55 milhão de toneladas de óleo de soja na temporada 2024/2025, 10,7% a mais que o projetado no relatório de novembro e 14,6% acima do embarcado na safra 2023/2024. Vale ressaltar que o consumo doméstico de óleo de soja no Brasil é projetado em volume recorde, de 9,53 milhões de toneladas, sendo estimadas 5,3 milhões de toneladas para o uso industrial e 4,23 milhões de toneladas para a alimentação. Nos Estados Unidos, o consumo do óleo de soja é estimado em 12,7 milhões de toneladas, sendo 50% para o uso industrial e 50% para o uso alimentício. Vale ressaltar que é a primeira vez que a demanda por óleo de soja para o uso industrial alcança o volume de óleo demandado para a alimentação nos Estados Unidos. Com isso, na Bolsa de Chicago, o de primeiro vencimento do óleo de soja (Dezembro/2024) registra valorização de 0,8% nos últimos sete dias, a US$ 936,29 por tonelada. No mercado brasileiro, o óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS incluso) é negociado à média de R$ 7.196,34 por tonelada, alta de 0,3% nos últimos sete dias.
Na contramão, os preços do farelo de soja seguem em queda. As transações globais do derivado também são projetadas em volume recorde, de 73,37 milhões de toneladas, segundo o USDA, mas o crescimento na demanda por óleo de soja pode elevar o remanescente do farelo. De acordo com o USDA, a Argentina segue liderando as exportações do farelo de soja, com 28 milhões de toneladas, 2,6% acima do estimado no relatório anterior e 12,5% a mais que o volume embarcado na temporada anterior. O Brasil deve abastecer o mercado global com 20,5 milhões de toneladas, 9,78% abaixo do enviado na safra 2023/2024, e os Estados Unidos, com volume recorde de 15,78 milhões de toneladas. Ainda assim, os estoques devem alcançar quantidades elevadas, sobretudo na Argentina e no Brasil. Na Argentina, o USDA estima estoque de 2,9 milhões de toneladas, 2,8% a mais que projetado no relatório passado e 18,7% superior ao da safra passada.
No Brasil, o aumento é de 0,4% frente ao relatório de novembro e de 3,5% em relação à temporada anterior. Com isso, nos últimos sete dias, as cotações do derivado registram recuo de 0,7%. Na Bolsa de Chicago, a queda para o primeiro vencimento é de 0,3% no mesmo período, a US$ 315,81 por tonelada. Os preços da soja em grão seguem em baixa no Brasil, pressionados pela menor demanda, pelas condições climáticas favoráveis às lavouras e pelas expectativas de safra recorde. De acordo com o USDA, a produção global da safra 2024/2025 é projetada em 427,14 milhões de toneladas, 0,4% acima da estimada em novembro e 8,2% acima do volume da temporada passada. O Brasil deve colher quantidade recorde de 169 milhões de toneladas. A estimativa do USDA está um pouco acima da projetada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de 166,2 milhões de toneladas. A Conab indica que 94,1% dos 47,37 milhões de hectares foram cultivados com soja no Brasil, restando áreas da Região Sul do País e do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) concluírem as atividades.
Na Argentina, o USDA reajustou a produção de soja para 52 milhões de toneladas, a maior quantidade desde 2018/2919. Com isso, nos últimos sete dias, os preços da soja apresentam baixa de 1% tanto no mercado de balcão (preço pago ao produtor) quanto no mercado de lotes (negociações entre empresas). Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta leve alta de 0,1%, cotado a R$ 142,91 por saca de 60 Kg. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra queda de 1% nos últimos sete dias, a R$ 139,40 por saca de 60 Kg. A valorização do dólar frente ao Real interrompeu as baixas no porto brasileiro. Na Bolsa de Chicago, por sua vez, o contrato Janeiro/2025 registra pequena alta de 0,2% nos últimos sete dias, a US$ 9,95 por bushel, o suporte vem da valorização do óleo de soja. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.
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