Charbel Representações

Charbel News

Soja

Preços da soja sustentados no mercado doméstico

09/12/2024 - 09h20m

Preços da soja sustentados no mercado doméstico

Preços da soja sustentados no mercado doméstico

De forma atípica para esta época do ano, o mercado interno de soja apresenta maior liquidez neste começo de dezembro, devido ao dólar alto, que vem atraindo agentes ao spot nacional. Vale lembrar que a moeda norte-americana valorizada frente ao Real torna a oleaginosa brasileira mais competitiva no mercado global, o que, consequentemente, resulta em maior disputa entre consumidores domésticos e externos. O volume de negócios, contudo, é limitado pela resistência de uma parcela vendedora, que prefere negociar o remanescente da safra 2023/2024 apenas no primeiro bimestre de 2025. Esses agentes estão fundamentados na possível entrada tardia da safra 2024/2025 de soja, o que, se acontecer, pode elevar a demanda por volumes a pronta-entrega visando cumprir contratos a termo. Esse cenário sustenta os preços da soja no Brasil. Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta avanço de 0,2%, cotado a R$ 142,76 por saca de 60 Kg. 

A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra alta de 1,1% nos últimos sete dias, a R$ 140,84 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, os preços registram alta de 1% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 0,8% no mercado de lotes (negociações entre empresas). Ressalta-se que o bom ritmo das atividades de campo na América do Sul impede altas mais intensas nos preços da soja. No Brasil, a semeadura da safra 2024/2025 segue para a reta final, cobrindo 90% dos 47,36 milhões de hectares reservados para a oleaginosa, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A semeadura foi concluída em Mato Grosso. O estado de São Paulo já havia finalizado as atividades na semana passada. Mato Grosso do Sul e Paraná devem encerrar a semeadura nos próximos dias. De acordo com a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, na Argentina, dos 18,6 milhões de hectares reservados para o cultivo de soja na temporada 2024/2025, a semeadura avançou de 44,4% na semana passada para 53,8% até o dia 4 de dezembro. 

A demanda por farelo de soja está mais aquecida, com consumidores mostrando necessidade de completar estoques. Assim, nos últimos sete dias, as cotações do derivado apresentam alta de 1,2%. No mercado de óleo, a liquidez é baixa, tendo em vista que boa parte dos consumidores está abastecida para o longo prazo. O óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS) está cotado à média de R$ 7.175,37 por tonelada, estável nos últimos sete dias. Diante disso, a “crush margin” registra baixa de 4,5% nos últimos sete dias, a R$ 430,36 por tonelada. O retorno em relação ao custo da soja é de 18,6%, o mais baixo desde o dia 28 de outubro (tendo-se como base os valores da soja em grão, do farelo e do óleo de soja no estado de São Paulo). De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o Brasil exportou 2,55 milhões de toneladas de soja em novembro deste ano, volume expressivos 45,8% inferior ao escoado em outubro/2024 e 50,8% abaixo do de novembro/2023. Trata-se, também, da menor quantidade exportada desde janeiro/2023 (quando apenas 839,58 mil toneladas foram embarcadas).

 

Com isso, na parcial de 2024 (de janeiro a novembro), as exportações de soja somam 96,8 milhões de toneladas, 1,26% abaixo do volume escoado no mesmo comparativo de 2023. O preço médio recebido pelas vendas externas da oleaginosa foi de R$ 151,80 por saca de 60 Kg (US$ 435,82 por tonelada), o maior deste ano. Na parcial de 2024 (até novembro), no entanto, a média da soja exportada, em Reais, é a menor desde 2020. Os embarques do farelo de soja diminuíram 27% entre outubro/2024 e novembro/2024 e 7,52% entre novembro/2023 e novembro/2024, totalizando 1,68 milhão de toneladas no último mês. Apesar disso, na parcial de 2024, o Brasil escoou 21,16 milhões de toneladas do derivado, um recorde para o período. Quanto ao óleo de soja, o Brasil abasteceu o mercado global com 91,85 mil toneladas em novembro, quedas de 3% na comparação mensal e de 18,8% na anual. Na parcial de 2024, os embarques do derivado somam 1,12 milhão de toneladas, 45,6% a menos que em período equivalente de 2023 e a menor quantidade para o período desde 2020. 

 

Os contratos futuros da soja estão em alta na Bolsa de Chicago, sustentados pela valorização do óleo de soja, que, por sua vez, avançou em decorrência da maior demanda pelo setor de biodiesel nos Estados Unidos. O contrato Dez/2024 do óleo de soja tem valorização de 3,4% nos últimos sete dias, a US$ 928,58 por tonelada. Além disso, o bom volume de soja embarcada na parcial desta temporada dá suporte aos futuros da oleaginosa. O contrato Janeiro/2025 registra leve alta de 0,5%, a US$ 9,93 por bushel. De acordo com o relatório de inspeção e exportação do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), embora os embarques norte-americanos de soja tenham diminuído 1,4% entre as duas últimas semanas, na parcial desta safra (de setembro/2023 até 28 de novembro/2024), superam em 16,2% os de igual período da temporada passada, somando 21,79 milhões de toneladas. O vencimento Dezembro/2024 do farelo de soja apresenta queda de 1,1% nos últimos sete dias, a US$ 316,80 por tonelada). Vale observar que, no dia 2 de dezembro, o contrato de primeiro vencimento do derivado encerrou a sessão no valor mais baixo desde 13 de agosto de 2020, em termos nominais. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.

 

 

←→