25/11/2024 - 09h24m
Preços da soja pressionados no mercado doméstico
Preços da soja pressionados no mercado doméstico
A finalização da colheita de soja no Estados Unidos, o bom ritmo das semeaduras no Brasil e na Argentina e a desaceleração na demanda global estão pressionando as cotações externas e domésticas da oleaginosa. No entanto, a valorização do dólar frente ao Real limita a queda no Brasil. Agentes de indústrias brasileiras, que vinham adquirindo bons volumes de soja nas últimas semanas, agora estão mais afastados das aquisições. Alguns sinalizam não ter necessidade de comprar oleaginosa para recebimento em 2024. Do lado dos vendedores, observa-se certa resistência nas negociações do remanescente da safra 2023/2024 e muitos indicam não ter necessidade de caixa neste momento. Nos últimos sete dias, as cotações registram queda de 1,1% no mercado de balcão (valor pago ao produtor) e de 1,6% no mercado de lotes (negociações entre empresas).
Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta recuo de 0,9%, cotado a R$ 142,39 por saca de 60 Kg. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra queda de 0,7% nos últimos sete dias, a R$ 139,77 por saca de 60 Kg. Por outro lado, observa-se maior liquidez nas negociações envolvendo entregas em 2025, cenário que sustenta os prêmios de exportação de soja. Com base no Porto de Paranaguá (PR) e no dólar futuro negociado na B3, a paridade de exportação de soja é de R$ 137,51 por saca de 60 Kg para embarque em fevereiro/2025; em R$ 132,95 por saca de 60 Kg, para embarque em março/2025; em R$ 135,24 por saca de 60 Kg, para abril; em R$ 137,82 por saca de 60 Kg, para maio/2025; e em R$ 141,58 por saca de 60 Kg para embarque em junho/2025.
Na Bolsa de Chicago, o contrato Janeiro/2025 da soja registra desvalorização de 2,6% nos últimos sete dias, a US$ 9,77 por bushel. Com base no contrato Dezembro/2024, os futuros do farelo e do óleo de soja têm baixa de respectivos 1,3% e 6,6% nos últimos sete dias, a US$ 317,13 por tonelada e a US$ 929,90 por tonelada. A expressiva queda no preço futuro do óleo de soja está atrelada às incertezas sobre o incentivo na produção de biodiesel nos Estados Unidos no próximo governo norte-americano, uma vez que o óleo de soja é a principal matéria-prima para a produção do biocombustível. As negociações de farelo e de óleo de soja estão mais lentas no Brasil. Grande parte de avicultores e suinocultores indica estar abastecida com farelo de soja, sendo que uma parcela relata voltar às aquisições apenas no próximo ano. Com isso, os preços do farelo de soja apresentam baixa de 1,9% nos últimos sete dias.
Em Campinas (SP), especificamente, o farelo voltou a ser negociado abaixo dos R$ 2.000,00 por tonelada, cenário que não era visto desde 6 de maio desde ano. Quanto ao óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS incluso), a queda é de 2,2% nos últimos sete dias, com preço médio de R$ 7.517,48 por tonelada. Diante da queda nos preços dos derivados, a “crush margin” recuou 5,5% nos últimos sete dias, a R$ 524,69 por tonelada. O retorno em relação ao custo da soja foi de 23%, contra 23,8% na semana anterior (tendo-se como base os valores da soja em grão, do farelo e do óleo de soja no estado de São Paulo). De acordo com a Companhia de Comércio Exterior (Conab), 73,8% da área nacional havia sido semeada até o dia 17 de novembro, acima dos 65,4% há um ano.
Dentre as regiões, o cultivo segue para a reta final na Região Centro-Oeste do Brasil, com 96,8% da área semeada em Mato Grosso, acima dos 91,1% há um ano; 88% semeada em Mato Grosso do Sul, em linha com os 87% cultivados no mesmo período do ano passado; e, em Goiás, a semeadura alcançou 80% da área, contra 62% há um ano. Na Região Sudeste, o estado de São Paulo praticamente encerrou as atividades de campo, restando 2% da área para ser semeada. No mesmo período de 2023, 91% da área havia sido cultivada. Em Minas Gerais, 65,4% da área foi cultivada, acima dos 45,5% há um ano. Na Região Sul, as condições climáticas seguem favoráveis ao cultivo de soja, sobretudo no Paraná, que semeou 92% da área até 17 de novembro, contra 84% há um ano.
Em Santa Catarina, a semeadura alcançou 52%, em linha com os 53% há um ano; e, no Rio Grande do Sul, soma 29%, acima dos 24% cultivados em período equivalente de 2023. As recentes chuvas na região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) beneficiaram as atividades de campo. No Maranhão, 34% da área foi cultivada com soja, acima dos 15% cultivados há um ano; em Tocantins, 70% da área foi semeada, 10% a mais que o mesmo período de 2023; no Piauí, a semeadura alcançou 38%, acima dos 10% há um ano; e, na Bahia, 37% da área foi cultivada, acima dos 30% no mesmo período da temporada passada. De acordo com a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, dos 18,6 milhões de hectares reservados para o cultivo de soja na Argentina na temporada 2024/2025, 35,8% foram semeados até 20 de novembro. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.
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