11/11/2024 - 09h36m
Preços da soja estão firmes no mercado doméstico
Preços da soja estão firmes no mercado doméstico
As negociações envolvendo a soja seguem aquecidas no Brasil, influenciadas pela firme demanda por parte de indústrias esmagadoras domésticas. Esse cenário eleva os prêmios de exportação da soja no País. No entanto, a alta no preço doméstico é limitada pelo avanço na semeadura da safra 2024/2025 na América do Sul, pela proximidade da finalização da colheita no Hemisfério Norte e pela desvalorização do dólar em relação ao Real. Nos últimos sete dias, os preços da soja registram alta de 0,9% no mercado de balcão (valor pago ao produtor) e de 0,8% no mercado de lotes (negociações entre empresas). Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta leve recuo de 0,4%, cotado a R$ 143,26 por saca de 60 Kg. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra alta de 0,2% nos últimos sete dias, a R$ 141,44 por saca de 60 Kg.
Na Bolsa de Chicago, a busca por antecipação de compras em 2024, antes da mudança de governo nos Estados Unidos, segue favorecendo as exportações, em um ambiente de demanda interna também firme. Com isso, o contrato Novembro/2024 da soja apresenta alta de 3,4% nos últimos sete dias, a US$ 10,15 por bushel. A firme demanda das indústrias esmagadoras está relacionada ao crescimento exponencial no consumo do óleo de soja, sobretudo para a produção de biodiesel. No Brasil, o óleo de soja voltou a ser negociado acima de R$ 7.000,00 por tonelada, cenário que não era observado desde janeiro de 2023. O óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS), registra expressiva alta de 5,9% nos últimos sete dias, a R$ 7.402,37 por tonelada, o maior valor nominal desde 7 de dezembro de 2022. Com isso, observa-se maior participação da receita do óleo de soja na “crush margin”. A margem da indústria tem avanço de 12,5% nos últimos sete dias, a R$ 547,64 por tonelada. O retorno em relação ao custo da soja é de 23,7%, contra 21% na semana anterior (para esses cálculos, são considerados os valores da soja em grão, do farelo e do óleo de soja no estado de São Paulo).
Na Bolsa de Chicago, o contrato Dezembro/2024 do óleo de soja registra valorização de expressivos 7% nos últimos sete dias, a US$ 1.065,26 por tonelada, o maior patamar desde 9 de julho deste ano. As aquisições de farelo de soja vêm ocorrendo de forma pontual, com uma parcela dos consumidores à espera de melhores oportunidades nos próximos meses. Nos últimos sete dias, o produto acumula desvalorização de 1,1% no País. Na Bolsa de Chicago, o contrato de primeiro vencimento (Dezembro/2024) do farelo de soja está cotado a US$ 329,04 por tonelada, queda de 0,3% nos últimos sete dias. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), saíram dos portos brasileiros 4,7 milhões de toneladas da oleaginosa em outubro, 22,87% a menos que em setembro/2024 e 15,9% abaixo do de outubro/2023. Trata-se, também, do menor volume mensal de 2024. Apesar disso, na parcial deste ano (de janeiro a outubro), as exportações de soja somam 94,25 milhões de toneladas, 1,5% acima das do mesmo período de 2023 e um recorde.
Vale ressaltar que 73% dos embarques brasileiros de soja deste ano tiveram a China como destino. De setembro para outubro, os embarques de farelo de soja cresceram 32,3%, totalizando 2,31 milhões de toneladas no último mês, a maior quantidade desde março deste ano. Em comparação ao mesmo período de 2023, os embarques cresceram 24,3%. Nos 10 primeiros meses de 2024, o Brasil escoou volume recorde, de 19,48 milhões de toneladas do derivado, 3,7% a mais que em período equivalente de 2023. Os embarques de óleo de soja aumentaram em 16,5% na comparação mensal e 36,3% na anual, somando 94,67 mil toneladas em outubro/2024. Na parcial deste ano, os envios externos de óleo de soja totalizam 1,03 milhão de toneladas, 47,2% abaixo dos de período equivalente de 2023 e os menores desde 2020. De acordo com o relatório de inspeção e exportação do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), embora os embarques norte-americanos de soja tenham diminuído 17,9% entre as duas últimas semanas, na parcial desta temporada (de setembro/2024 até 31 de outubro), cresceram 3,5%, somando 12,8 milhões de toneladas.
De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), 53,3% da área nacional havia sido semeada até o dia 3 de novembro, acima dos 48,4% há um ano. As atividades de campo avançaram significativamente em São Paulo, alcançando 93% da área cultivada, contra 70% em 2023. Em Mato Grosso do Sul, a semeadura atingiu 79% da área reservada para a soja, 9% a mais que no mesmo período do ano passado. Em Mato Grosso, o cultivo chegou a 79,5%, ainda abaixo dos 80,2% há um ano. No Paraná, 74% da área reservada para a soja foi cultivada até 3 de novembro, acima dos 69% cultivados em período equivalente de 2023. Em Goiás, a semeadura alcançou 49%, contra 41% há um ano. Em Minas Gerais, 34,4% da área foi semeada, acima dos 30,6% de igual período de 2023. Na Região Sul do País e no Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), as atividades também foram iniciadas em outubro. Nos Estados Unidos, o clima segue favorecendo a colheita da safra 2024/2025, que caminha para a reta final. De acordo com relatório do USDA, 94% da área cultivada com soja foi colhida até o dia 3 de novembro, contra 89% colhidos há um ano e 85% na média dos últimos cinco anos. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.