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Tendência de alta para preços domésticos da soja

07/10/2024 - 09h21m

Tendência de alta para preços domésticos da soja

Tendência de alta para preços domésticos da soja

A valorização dos contratos futuros do óleo de soja no mercado externo e a maior demanda brasileira, por parte de indústrias de biodiesel e de alimentos, têm impulsionado as cotações internas do derivado. O avanço no preço do óleo de soja ainda foi reforçado pela significativa alta nos prêmios de exportação no País. Com base no Porto de Paranaguá (PR) e no embarque em outubro/2024, o prêmio de exportação de óleo de soja é ofertado pelo comprador a 4,00 centavos de dólar por libra-peso e pelo vendedor a 6,50 centavos de dólar por libra-peso. Considerando-se períodos equivalentes de anos anteriores, essas atuais ofertas são as maiores desde 2020. Diante disso, o preço FOB do óleo de soja, no Porto de Paranaguá, para embarque em outubro/2024, é de US$ 1.108,04 por tonelada, sendo a maior média desde meados de março de 2023, considerando-se o embarque de primeiro vencimento. Com base no dólar negociado no dia 3 de outubro, a paridade de exportação do óleo de soja para este mês é calculada em R$ 6.064,31 por tonelada, sem ICMS. 

No mercado físico, o valor do óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS) registra alta de 1,5% nos últimos sete dias, a R$ 6.564,83 por tonelada. Entre agosto e setembro, o avanço é de 1,5%, com a média do último mês a R$ 6.413,71 por tonelada, a maior desde fevereiro/2023, em termos reais (valores deflacionados pelo IGP-DI de agosto/2024). No front externo, a valorização do contrato Outubro/2024 do óleo de soja na Bolsa de Chicago é de expressivos 4,1% nos últimos sete dias, a US$ 985,24 por tonelada. Vale ressaltar que essa alta está atrelada à valorização do petróleo. Entre as médias de agosto e de setembro, o aumento foi de 0,9%. Os prêmios de exportação e os preços do farelo de soja também estão em alta, influenciados, sobretudo, pela maior demanda por parte dos avicultores e suinocultores domésticos. Indústrias de ração também mostraram maior interesse em completar seus estoques. Além disso, a valorização externa reforça a alta nos preços domésticos. Na Bolsa de Chicago, o contrato Outubro/2024 do farelo de soja apresenta significativa alta de 2,7% nos últimos sete dias, a US$ 366,85 por tonelada. De agosto a setembro, entretanto, houve baixa de 0,2%. 

Na média das regiões brasileiras, a elevação é de 0,6% nos últimos sete dias. Entre as médias de agosto e de setembro, observa-se alta de 2,7%. Diante da valorização dos subprodutos da soja, a “crush margin” cresceu. Tendo-se como base os valores da soja em grão, do farelo e do óleo de soja no estado de São Paulo, a “crush margin” registra avanço significativo de 10,9% nos últimos sete dias, a R$ 507,77 por tonelada. Na média semanal, o retorno em relação ao custo da soja é de 21,52%, contra 20,54% na semana anterior. Para 2025, a “crush margin” é calculada em US$ 71,94 por tonelada para março; em US$ 65,95 por tonelada para abril; e em US$ 61,90 por tonelada para maio, com base nos preços FOB da soja, do farelo e do óleo de soja negociados em no Porto de Paranaguá (PR). Diante da firme demanda por derivados, as indústrias esmagadoras seguem ativas nas aquisições da soja em grão, cenário que dá suporte às cotações no Brasil. Além disso, a greve portuária nos Estados Unidos na semana passada manteve fechados os principais portos ao longo das costas leste e do Golfo, dando sustentação aos preços da oleaginosa no Brasil. Ressalta-se, no entanto, que a greve foi encerrada no dia 3 de outubro. 

Na Bolsa de Chicago, o vencimento Novembro/2024 da soja tem leve alta de 0,5% nos últimos sete dias, a US$ 10,46 por bushel. Entre a média dos dois últimos meses, por sua vez, a alta foi de 3%. A valorização do dólar frente ao Real limitou o avanço externo. No mercado brasileiro, nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta avanço de 1,2%, cotado a R$ 142,27 por saca de 60 Kg. Entre as médias de agosto e de setembro, a elevação foi de expressivos 5%. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra alta de 0,7% nos últimos sete dias, a R$ 139,79 por saca de 60 Kg. Entre agosto e setembro, o aumento na média foi de 5,7%, a R$ 136,65 por saca de 60 Kg em setembro, a maior de 2024, em termos reais. Nos últimos sete dias, os preços da soja apresentam alta de 0,8% tanto no mercado de balcão (valor pago ao produtor) quanto no mercado de lotes (negociações entre empresas). De agosto para setembro, as elevações mensais foram de 4,6% no mercado de balcão e de 4,7% no mercado de lotes. 

A previsão de chuvas para esta semana nas principais regiões produtoras de soja no Brasil gerou otimismo aos produtores. Além disso, precipitações ocorridas nas regiões oeste do Paraná e no norte de Mato Grosso permitiram o avanço na semeadura na semana passada. De acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), 22% da área destinada à soja no Paraná já foi semeada até o dia 29 de setembro. A semeadura já passa dos 50% na região oeste do Estado. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) aponta que, na média nacional, o cultivo de soja alcançou 2,4% até o dia 29 de setembro, abaixo dos 4,1% há um ano. Nos Estados Unidos, a colheita segue intensa. De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), dos 34,9 milhões de hectares cultivados com soja, 26% foram colhidos até 29 de setembro, avanço de 13% em uma semana e acima dos 18% colhidos na média dos últimos cinco anos. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.

 

 

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