Charbel Representações

Charbel News

Soja

Tendência é de alta dos preços domésticos da soja

30/09/2024 - 08h57m

Tendência é de alta dos preços domésticos da soja

Tendência é de alta dos preços domésticos da soja

Diante do reaquecimento na demanda pela soja brasileira, sobretudo por parte das indústrias esmagadoras, os preços da oleaginosa estão em alta no mercado físico nacional. O movimento de alta nos valores é reforçado pela resistência de produtores em negociar grandes volumes, tanto para entrega imediata (referente ao remanescente da safra 2023/2024), quanto para contratos a termo (envolvendo a temporada 2024/2025). Esses agentes estão atentos às chuvas irregulares no Brasil e a incertezas quanto ao cultivo da nova temporada. Nos últimos sete dias, a média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra avanço de 3,2%, a R$ 138,81 por saca de 60 Kg, sendo o maior patamar nominal desde 22 de dezembro de 2023. Nos últimos sete dias, os preços da soja apresentam alta de 2% no mercado de balcão (valor pago ao produtor) e de 2,4% no mercado de lotes (negociações entre empresas). Especulações sobre uma possível greve portuária nos Estados Unidos também deixaram vendedores nacionais afastados das comercializações.

A greve pode dificultar os embarques norte-americanos e redirecionar importadores ao Brasil. Esse cenário dá suporte às altas dos prêmios de exportação do Brasil. Embora se observe leve recuo nos últimos dias, em decorrência da valorização externa, os prêmios seguem firmes no Porto de Paranaguá (PR), a +US$ 1,70 por bushel para embarque em outubro/2024. Para embarque em fevereiro/2025, o prêmio de exportação é ofertado pelo comprador a +US$ 0,41por bushel e pelo vendedor a +US$ 0,57 por bushel. Vale relembrar que, no mesmo período do ano passado, as negociações de prêmios estavam em patamares negativos. Com base no preço FOB da soja no Porto de Paranaguá (PR) e no dólar futuro na B3, a paridade de exportação de soja é de R$ 145,63 por saca de 60 Kg, para embarque em outubro/2024 e de R$ 146,15 por saca 60 Kg, para embarque em novembro/2024.

Esses dados estão acima dos valores praticados no spot nacional, de R$ 138,81 por saca de 60 Kg. Para 2025, ainda tendo como base o Porto de Paranaguá (PR), a paridade de exportação para embarque em fevereiro é calculada em R$ 138,09 por saca de 60 Kg; para março, em R$ 134,23 por saca de 60 Kg; para abril, em 135,88 por saca de 60 Kg; para maio, em R$ 137,17 por saca de 60 Kg; e para junho, em R$ 141,44 por saca de 60 Kg. Os preços dos derivados também estão em alta, impulsionados pela maior demanda, sobretudo doméstica. O valor do óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS), apresenta valorização de 2,4% nos últimos sete dias, passando para R$ 6.466,15 por tonelada. Quanto ao farelo de soja, a alta é de 1,3% no mesmo comparativo. Diante do avanço mais expressivo no preço da matéria-prima em relação ao dos derivados, a “crush margin” registra recuo. Tendo-se como base os valores da soja em grão, do farelo e do óleo de soja no estado de São Paulo, a “crush margin” tem queda de 1,8% nos últimos sete dias, a R$ 457,63 por tonelada.

Na média semanal, o retorno em relação ao custo da soja é de 20,54%, contra 20,85% na média da semana passada. No campo brasileiro, a semeadura da safra 2024/2025 segue em ritmo lento, devido ao déficit hídrico nas principais regiões produtoras de soja. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), dos 47,4 milhões de hectares a serem cultivados com soja no Brasil, 0,2% havia sido semeado até 22 de setembro, abaixo do observado no mesmo período do ano passado (1,5%). No Paraná, especificamente, de acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), chuvas permitiram o avanço da semeadura, que, até o dia 25 de setembro, havia somado 10% da área destinada à soja, mas ainda abaixo dos 16% cultivados em período equivalente de 2023, A região de Toledo cultivou 55% da área; a de Cascavel, 22%; a de Umuarama, 15%; e a de Campo Mourão, 14%. Produtores dos municípios de Pato Branco, Apucarana, Maringá, Laranjeiras do Sul, Ivaiporã, Guarapuava e de Francisco Beltrão também já iniciaram a semeadura.

Em Mato Grosso, as atividades de campo foram iniciadas, mas ainda em ritmo lento. Os preços externos são impulsionados pela firme demanda internacional. Além disso, o baixo índice pluviométrico no Brasil e as previsões de chuvas no Meio Oeste dos Estados Unidos, o que pode atrasar a colheita norte-americana, reforçam as altas. Assim, na Bolsa de Chicago, o vencimento Novembro/2024 da oleaginosa registra valorização de 2,7% nos últimos sete dias, a US$ 10,41 por bushel. Para o farelo, o contrato Outubro/2024 tem avanço de 1,3%, a US$ 357,37 por tonelada. O contrato de primeiro vencimento do óleo de soja apresenta forte alta, de 2,8%, a US$ 946,21 por tonelada. De acordo com o relatório de acompanhamento de safras do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), dos 34,9 milhões de hectares cultivados com soja, 13% foram colhidos até 22 de setembro, avanço de 7% em uma semana e acima dos 8% colhidos na média dos últimos cinco anos. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.

 

 

←→