16/09/2024 - 09h10m
Incêndios deste ano em SP são risco também para safras futuras de cana
Incêndios deste ano em SP são risco também para safras futuras de cana
Fogo já afetou pelo menos 181 mil hectares no Estado, segundo a Orplana
. As cenas de labaredas de fogo consumindo longas faixas de canaviais representam não só uma ameaça à saúde pública, ao equilíbrio ecossistêmico e climático, como também para a oferta de açúcar, etanol e energia no próximo ano. Mas, além de os incêndios já terem comprometido parte da produção derivada da cana desta safra, o fogo também queima pés de cana que estavam rebrotando para a produção da próxima temporada (2025/26).
Esses números, infelizmente, estão em constante atualização, já que os incêndios continuam ocorrendo e a seca deve se prolongar ao menos até o fim de setembro. “Nós estamos contando os cacos”, lamenta José Guilherme Nogueira, presidente da Orplana.
A queima de pés que estavam em rebrota pode ter diferentes efeitos de acordo com a intensidade do fogo. Os impactos podem ir do atraso da colheita da próxima safra, passando pela necessidade de mais investimentos em tratos culturais e até em replantio, reduzindo a área de colheita da safra seguinte.
“Quando o fogo atinge pés novos, provoca a desidratação das células da cana e chega a matar a parte da planta acima do solo. O que pode ser feito, quando a planta tem dois a três meses, é esperar voltar a rebrotar e a produzir novas folhas. Se estiver com quatro a cinco meses, a alternativa é eliminar a parte aérea com roçadeira e estimular nova brotação”, explica Paulo Figueiredo, professor de fisiologia vegetal e cana-de-açúcar da Faculdade de Ciências Agrárias e Tecnológicas da Unesp de Dracena.
Fonte : VALOR Econonico / GLOBO Rural