12/08/2024 - 09h36m
Preços da soja sustentados no mercado doméstico
Preços da soja sustentados no mercado doméstico
Os preços do óleo de soja estão em alta no mercado brasileiro, dando suporte às cotações da soja em grão. A alta do coproduto está atrelada à firme demanda doméstica, tanto de indústrias alimentícias quanto de biodiesel. Além disso, a disputa entre compradores interno e externo pelo óleo de soja brasileiro ficou mais acirrada nos últimos dias. Por sua vez, consumidores estrangeiros redirecionam as aquisições de óleo de soja ao Brasil, devido à recente greve de indústrias esmagadoras na Argentina. Notícias indicam que há 36 navios com carregamentos atrasados no país vizinho. Diante disso, o óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS), registra avanço de 1,5% nos últimos sete dias, indo para R$ 6.353,95 por tonelada. Este é o maior valor nominal desde 10 de março de 2023. Quanto ao farelo de soja, os preços oscilam dentre as regiões brasileiras, com altas prevalecendo na Região Sul e baixas, na Regiã Sudeste. Nos últimos sete dias, as cotações se mantêm estáveis.
Tendo-se como base os valores da soja em grão, do farelo e do óleo de soja no estado de São Paulo, a “crush margin” está praticamente estável nos últimos sete dias, a R$ 659,47 por tonelada. Quanto à soja em grão, os produtores brasileiros estão resistentes em negociar, atentos à possível maior procura por parte de indústrias esmagadoras no País, o que deixa o mercado com baixa liquidez. Nos últimos sete dias, os preços da soja apresentam avanço de 1% no mercado de balcão (valor pago ao produtor) e de 0,4% no mercado de lotes (negociações entre empresas). Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta leve alta de 0,1%, cotado a R$ 137,80 por saca de 60 Kg. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra queda de 0,1% nos últimos sete dias, a R$ 132,95 por saca de 60 Kg. As quedas externas e cambial impedem aumentos significativos nas cotações da soja no Brasil.
As exportações de óleo de soja aumentaram 54,38% de junho para julho, totalizando 194,41 mil toneladas no último mês, sendo o maior volume mensal desde julho/2023 (196,48 mil toneladas). Os embarques de óleo de soja para a Índia (principal destino do derivado) aumentaram 9,41% entre os dois últimos meses, e, para a China, praticamente dobraram (98,2%). Na parcial do ano (de janeiro a julho), entretanto, os embarques de óleo de soja somaram 758,36 mil toneladas, 51,9% abaixo do escoado em período equivalente de 2023, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). As exportações de soja em grão caíram 19,4% de junho para julho, totalizando 11,25 milhões de toneladas no último mês. Este volume, por sua vez, é 16% superior ao de julho/2023 e um recorde para o mês. Na parcial deste ano, as exportações de soja também são recordes, somando 75,39 milhões de toneladas, 4% acima do mesmo período de 2023.
A China foi destino de 79% do total de soja embarcado pelo Brasil neste ano, apesar de os envios terem caído 16% entre junho e julho. As exportações à Espanha, por sua vez, cresceram expressivos 486% de junho para julho, o que levou o volume embarcado na parcial de 2024 a superar em 9,34% a quantidade escoada em todo ano de 2023. Os embarques de farelo de soja caíram 1,7% na comparação mensal e 8% na anual, totalizando 1,98 milhão de toneladas em julho. Nos sete primeiros meses de 2024, entretanto, o Brasil escoou volume recorde, de 13,39 milhões de toneladas do derivado, 3,5% a mais que o exportado em período equivalente de 2023. A Indonésia e a Tailândia foram os principais destinos do coproduto brasileiro neste ano. Os preços futuros são pressionados pelas condições climáticas favoráveis às lavouras de soja nos Estados Unidos e pela baixa demanda internacional pelo grão norte-americano.
De acordo com o relatório de inspeção e exportação do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgado no dia 5 de agosto, os embarques dos Estados Unidos caíram 36,1% entre as duas últimas semanas. Comparando-se as vendas da última semana com as de período equivalente de 2023, a queda foi de 10,2%. Na parcial desta temporada (de setembro/2023 a 1º de agosto), as exportações dos Estados Unidos somaram 43,03 milhões de toneladas, recuo de 15,3% frente ao mesmo período da safra passada. Com isso, o contrato Agosto/2024 da soja na Bolsa de Chicago, apresenta desvalorizou 1,2% nos últimos sete dias, a US$ 10,09 por bushel. Trata-se do menor valor desde 29 de setembro de 2020 (quando fechou a US$ 9,93 por bushel). O contrato Agosto/2024 do farelo de soja tem queda expressiva de 5,8% nos últimos sete dias, a US$ 369,60 por tonelada. Para o contrato de mesmo vencimento do óleo de soja, o recuo é de 1,2%, a US$ 933,87 por tonelada. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.
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