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Tendência é altista para os preços da soja no Brasil

03/06/2024 - 08h42m

Tendência é altista para os preços da soja no Brasil

Tendência é altista para os preços da soja no Brasil

A tendência é altista para os preços no mercado interno até o final de 2024, impulsionados pela valorização externa, pela alta nos prêmios de exportação e pela taxa cambial (R$/US$). Na Bolsa de Chicago, as cotações futuras com vencimentos em 2025 subiram para a faixa entre US$ 11,70 a US$ 12,20 por bushel. Porém, no longo prazo, a tendência é baixista, com a projeção de safra recorde nos EUA em 2024/2025, expectativa de aumento dos estoques globais ao final da temporada 2024/2025 e prêmios negativos nos portos do Brasil de janeiro a julho de 2025. O clima está favorável à safra dos EUA 2024/2025. Os preços da soja recuaram no encerramento de maio, devolvendo parte dos ganhos registrados ao longo do mês. O movimento baixista esteve atrelado à maior oferta da oleaginosa na América do Sul e ao bom ritmo de cultivo nos Estados Unidos. Apesar da queda na produção brasileira nesta temporada, a reta final da colheita e os preços atrativos têm levado vendedores a aumentarem a disponibilidade de soja no spot nacional.

No Hemisfério Norte, agentes estão otimistas com a safra 2024/2025. De acordo com a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), 98,1% dos 45,7 milhões de hectares cultivados no Brasil haviam sido colhidos até o dia 26 de maio. As atividades de campo ainda ocorrem no Maranhão (restam 12% da área para serem colhidos), no Rio Grande do Sul (10% da área ainda precisa ser colhida) e em Santa Catarina (resta apenas 1,5% da área). Além do Sul, os trabalhos no Maranhão também foram interrompidos pelos elevados volumes de chuvas. Na Argentina, até 29 de maio, a colheita da safra 2023/2024 alcançou 86% dos 17,3 milhões de hectares cultivados, com produção estimada em 50,5 milhões de toneladas. Nos Estados Unidos, até 26 de maio, a semeadura da safra 2024/2025 havia alcançado 68% dos 34,64 milhões de hectares previstos. Embora abaixo dos 78% semeados há um ano, está acima dos 63% da média dos últimos cinco anos, conforme relatório de acompanhamento de safras do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

A baixa demanda externa pela soja dos Estados Unidos reforçou a desvalorização da oleaginosa nesta semana. De acordo com o relatório de inspeção e exportação USDA, os Estados Unidos escoaram 39,9 milhões de toneladas de soja na parcial desta safra (de setembro/23 a 23 de maio/24), volume 17,5% inferior ao embarcado no mesmo período da temporada passada. Na Bolsa de Chicago, na última semana de maio, os primeiros vencimentos da soja e do farelo de soja se desvalorizaram 2,4% e 3,5%, respectivamente, indo para US$ 12,09/bushel e US$ 400,80/tonelada. Já de abril para maio, as altas nos contratos futuros são expressivas, de 4,5% para o grão e de 9,2% para o farelo. O contrato de primeiro vencimento do óleo de soja, por sua vez, avançou 1,2% nesta semana, para US$ 1.007,94/tonelada, mas cedeu 3,9% na comparação mensal. Diante das recentes baixas, vendedores nacionais evitaram negociar grandes volumes, preferindo aguardar melhores oportunidades, fundamentados no prêmio de exportação e na taxa cambial mais atrativa para os meses seguintes.

 

Com base no preço FOB da soja no porto de Paranaguá (PR) e no dólar futuro negociado na B3, a paridade de exportação de soja em R$ 142,69 por saca de 60 Kg para junho/24; em R$ 144,22 por saca de 60 Kg para julho/24; e em R$ 147,01 por saca de 60 Kg para agosto/24. Para os contratos em 2025, a paridade de exportação é calculada em R$ 139,68 por saca de 60 Kg para embarque em fevereiro; em R$ 138,34 por saca de 60 Kg para março e em R$ 139,04 por saca de 60 Kg para abril. No spot nacional, por sua vez, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa – Paranaguá recuou 1,7% na última semana de maio, fechando a R$ 137,75 por saca de 60 Kg. No mês de maio, a média foi de R$ 135,92 por saca de 60 Kg, a maior deste ano, em termos reais (IGP-DI, de abril), e 7,2% acima da de abril. O Indicador CEPEA/ESALQ – Paraná cedeu 1,1% na última semana de maio, indo para R$ 133,36 por saca de 60 Kg. A média de maio, de R$ 130,84 por saca de 60 Kg, também é a maior do ano, em termos reais, e supera em 6,7% a de abril. Na média das regiões, na última semana de maio, os preços da oleaginosa recuaram 0,9% no mercado de balcão (preço pago ao produtor), mas subiram 0,3% no de lotes (negociações entre empresas).

 

De abril para maio, as médias avançaram 5,1% no mercado de balcão e 6,4% no de lotes. Os preços do farelo de soja seguem em alta no mercado brasileiro, influenciados pelas firmes demandas doméstica e externa. Esse cenário deu sustentação aos prêmios de exportação de farelo no Brasil. Na média das regiões, os aumentos foram de 3% na última semana de maio e de expressivos 11,9% de abril a maio. Com base no porto de Paranaguá, para embarque em julho/2024, o prêmio de exportação de farelo de soja foi ofertado pelo comprador em US$ 14,00/tonelada curta e pelo vendedor em US$ 15,00/tonelada curta; acima dos US$ 9,00/tonelada curta e dos US$ 10,00/tonelada curta ofertados na semana anterior. Quanto ao óleo de soja, a firme demanda de indústrias alimentícias sustentou as cotações nesta semana; porém, a baixa procura pelo setor de biodiesel impediu altas mais intensas. O preço do óleo de soja posto na região de São Paulo, com 12% de ICMS, subiu ligeiro 0,2% na última semana de maio, para R$ 5.330,59/tonelada. Já na comparação mensal, observa-se recuo, de 0,9%. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.