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Tendência é de alta para os preços internos da soja

27/05/2024 - 08h37m

Tendência é de alta para os preços internos da soja

Tendência é de alta para os preços internos da soja

Os preços da soja estão em alta no mercado brasileiro, impulsionados pela valorização externa, pela alta nos prêmios de exportação e pela taxa cambial (R$/US$). Com isso, os valores de negociação nos portos de Santos (SP) e de Paranaguá (PR), principais canais de exportação de soja do Brasil, operaram nos maiores patamares do ano. Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta avanço de 3,9%, cotado a R$ 140,20 por saca de 60 Kg, o maior valor desde 2 de janeiro deste ano. No Porto de Santos (SP), a valorização é de 2% no mesmo período, a R$ 140,18 por saca de 60 Kg, o mais alto desde 4 de janeiro deste ano.

A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra alta de 3,8% nos últimos sete dias, a R$ 134,86 por saca de 60 Kg, a maior cotação desde 2 de janeiro deste ano. Nos últimos sete dias, os preços da oleaginosa apresentam alta de 2,3% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 2,6% no mercado de lotes (negociações entre empresas). A valorização dos prêmios de exportação atrai os vendedores para negócios com entregas nos próximos meses. Considerando-se o contrato de primeiro vencimento, os prêmios de exportação de soja estão nos patamares mais altos desde agosto/2023. Com bases no Porto de Paranaguá (PR) e no embarque em junho/2024, as ofertas de compradores estão entre +US$ 0,15 e +US$ 0,28 por bushel; e as pedidas de vendedores, de +US$ 0,35 a +US$ 0,40 por bushel. No mesmo período do ano passado, as ofertas para junho/2023 estavam negativas, entre -US$ 0,60 e -US$ 0,40 por bushel.

Para julho/2024, os prêmios são ofertados de +US$ 0,50 a +0,55 por bushel, e, para agosto/2024, de +US$ 0,55 a +US$ 0,65 por bushel. Diante disso, com bases no valor FOB da soja no Porto e Paranaguá e no dólar futuro negociado na B3 no dia 23 de maio, a paridade de exportação da oleaginosa é calculada em R$ 145,13 por saca de 60 Kg para junho/2024, acima do preço registrado no spot nacional e do negociado em junho/2023. Para julho/2024, a paridade de exportação aponta preços a R$ 147,55 por saca de 60 Kg; e, para agosto/2024, a R$ 148,76 por saca de 60 Kg. A alta externa, por sua vez, se deve, também, ao baixo índice pluviométrico em áreas de produção de soja nos Estados Unidos. Na Bolsa de Chicago, o contrato Julho/2024 da soja registra avanço de 1,9% nos últimos sete dias, indo para US$ 12,39 por bushel. A valorização do óleo de soja é de 1,5% no mesmo período, a US$ 996,26 por tonelada.

O contrato Julho/2024 do farelo de soja tem alta de 2,4% nos últimos sete dias, indo para US$ 415,24 por tonelada. Observa-se maior demanda por soja em grão das indústrias locais, devido à margem mais atrativa para essas empresas, o que, por sua vez, se deve, à firme procura por derivados. A recente paralisação na Argentina gerou incertezas sobre o período de entrega dos produtos, redirecionando os importadores ao Brasil e aos Estados Unidos. Esse cenário elevou os prêmios de exportação no Brasil. Além disso, as cotações do óleo de soja são impulsionadas por expectativas de maior importação da Índia (principal importadora global do derivado). O prêmio de exportação do óleo de soja voltou a ser negociado em patamares positivos, cenário que não era visto desde julho/2022. O preço do óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS) registra avanço de 3,5% nos últimos sete dias, indo para R$ 5.320,79 por tonelada.

Quanto ao farelo de soja, a valorização é de 1,2% no mesmo período. Diante disso, tendo-se como base os valores da soja, do farelo e do óleo de soja no estado de São Paulo, a “crush margin” subiu 17,4% nos últimos sete dias, a R$ 542,35 por tonelada. A colheita da safra 2023/2024 no Brasil segue para a reta final. De acordo com a Conab, 97% dos 45,7 milhões de hectares cultivados haviam sido colhidos até o dia 20 de maio, restando praticamente apenas os estados do Maranhão e do Rio Grande do Sul para finalizarem as atividades de campo. De acordo com a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, até o dia 22 de maio, a colheita da safra 2023/2024 da Argentina alcançou 77,9% dos 17,3 milhões de hectares cultivados, com produção estimada em 50,5 milhões de toneladas de soja. Nos Estados Unidos, até 19 de maio, a semeadura da safra 2024/2025 havia alcançado 52% dos 34,64 milhões de hectares a serem cultivados com soja; embora abaixo dos 61% semeados há um ano, está acima dos 49% da média dos últimos cinco anos, de acordo com o relatório de acompanhamento de safras do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.