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Tendência é de alta nos preços domésticos da soja

25/03/2024 - 11h05m

Tendência é de alta nos preços domésticos da soja

Tendência é de alta nos preços domésticos da soja

Chuvas nas Regiões Sul e Sudeste do Brasil interromperam pontualmente a colheita de soja na semana passada em algumas localidades. Esse cenário e preocupações com a produtividade nacional, que pode ser menor em parte das regiões, deixam os sojicultores cautelosos nas novas negociações no spot. Já o interesse de agentes em comercializar para o mercado externo está maior, mas a liquidez acabou sendo limitada pela baixa disponibilidade de espaço nos portos brasileiros. Na Argentina, outro importante fornecedor global de oleaginosa e derivados, a escassez hídrica no período de desenvolvendo do grão e, mais recentemente, o excesso de chuva podem reduzir a qualidade das lavouras. Diante disso, os prêmios de exportação de soja no Brasil estão em alta, o que, por sua vez, influencia também a alta nas cotações domésticas.

Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta alta de 1,8%, cotado a R$ 124,787 por saca de 60 Kg. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra avanço de 2% nos últimos sete dias, a R$ 120,39 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, as altas são de 1,8% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 1,3% no mercado de lotes (negociações entre empresas). Vale destacar que as altas são mais intensas no Rio Grande do Sul, devido às fortes precipitações que causaram alagamento em áreas de soja. Na região de Passo Fundo (RS), os preços têm avanço de 3,3% no mercado de balcão e de 2,6% no mercado de lotes. No Porto de Rio Grande (RS), a alta é de 3,1% nos últimos sete dias. A liquidez no mercado de farelo e óleo de soja está lenta, em decorrência da menor demanda internacional.

Grande parte dos consumidores adquiriu lotes para médio prazo na última quinzena e não mostra necessidade em novas compras. Esse cenário pressiona os prêmios de exportação e os valores domésticos desses derivados. O preço do óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS) apresenta recuo de 0,4% nos últimos sete dias, a R$ 5.147,88 por tonelada. Os preços do farelo de soja também registram baixa de 0,4%. Em âmbito nacional, a colheita de soja alcançou 61,9% até o dia 17 de março, abaixo dos 62,5% há um ano, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Dentre as regiões, a colheita soma 94,8% em Mato Grosso, avanço de apenas 5,5% na última semana e abaixo dos 97,9% no mesmo período de 2023. Em Mato Grosso do Sul, a colheita progrediu 7% na semana passada, alcançando 85% da área semeada, acima dos 80% observados há um ano.

Em Goiás, as atividades somam 70% da área, abaixo dos 80,5% colhidos no mesmo período do ano passado. Na Região Sudeste, a colheita em São Paulo avançou apenas 3% na semana passada, totalizando 68% da área, ainda acima dos 60% colhidos há um ano. Em Minas Gerais, o progresso semanal é de 7% chegando a 52% da área, inferior aos 66% no mesmo período do ano passado. Na Bahia, a baixa umidade permitiu avanço de 15% na última semana, com 30% da área colhida, embora ainda abaixo dos 34% em igual período de 2023. No Piauí, a colheita alcançou 15% da área, ante os 32% colhidos há um ano. No Maranhão, 44% da área de soja foi colhida, até 17 de março, contra 49% no mesmo período do ano passado. Em Tocantins, 60% da área foi colhida, abaixo dos 80% há um ano. Nos Estados Unidos, o baixo volume de chuva deixou agentes de mercado em alerta, visto que produtores norte-americanos se preparam para iniciar a semeadura da safra 2024/2025.

Diante disso e do clima na América do Sul, os preços futuros estão em alta na Bolsa de Chicago. O contrato Maio/2024 da soja registra avanço de 1,4% nos últimos sete dias, a US$ 12,12 por bushel. Os contratos com vencimento em maio/2024 do farelo de soja e do óleo têm alta de 2% e 0,8% no mesmo período, com respectivos fechamentos de US$ 379,52 por tonelada e de US$ 1.075,62 por tonelada. A valorização internacional, entretanto, é limitada pela demanda externa enfraquecida pelos grãos norte-americanos. De acordo com o relatório de inspeção e exportação do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), saíram dos Estados Unidos 35,76 milhões de toneladas de soja na parcial desta temporada (de setembro/2023 a 14 de março/2024), 18,8% a menos que o volume escoado no mesmo período da safra passada. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.