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Tendência de preços mais sustentados para a soja 

26/02/2024 - 08h59m

Tendência de preços mais sustentados para a soja 

Tendência de preços mais sustentados para a soja 

No mercado interno, a tendência é de preços mais sustentados para a soja nos próximos meses, com os prêmios nos portos menos negativos nos curto e médio prazos e dólar em patamar mais alto. Os demandantes domésticos estão elevando os valores de suas ofertas de compra de soja para os mercados interno e/ou externo. Essa postura se deve à retração vendedora, que vem sendo verificada há algumas semanas, e à possibilidade de redução na produtividade das lavouras de soja da Argentina, diante do clima desfavorável (onda de calor) entre o final de janeiro e início de fevereiro. Segundo as Bolsas de Cereais de Buenos Aires e de Rosário, o potencial produtivo na Argentina deve ser menor, mas as recentes chuvas e as previsões de maior umidade nos próximos dias ainda podem levar a uma recuperação de parte das áreas afetadas. Pelo menos por enquanto, ainda se espera por safra volumosa na América do Sul, cenário que, inclusive, limita as altas.

Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta alta de 0,5%, cotado a R$ 117,82 por saca de 60 Kg. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra avanço de 1% nos últimos sete dias, a R$ 112,60 por saca de 60 Kg. Para os próximos meses, a paridade de exportação de soja apresenta pequeno aumento, o que eleva o interesse em negociar lotes de contratos a termo, sobretudo por parte de indústrias. A paridade de exportação de soja, com base no Porto de Paranaguá (PR), é de R$ 117,70 por saca de 60 Kg, para embarque em março/2024; de R$ 120,24 por saca de 60 Kg, para abril/2024; de R$ 121,75 por saca de 60 Kg para maio/2024; e a R$ 125,72 por saca de 60 Kg para julho/2024. Nos últimos sete dias, os preços estão oscilando, mas, na média, prevalecem as baixas.

As cotações apresentam queda de 0,5% no mercado de balcão (valor pago ao produtor) e 0,7% no mercado de lotes (negociações entre empresas). De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a colheita de soja alcançou 29,4% da área nacional até 17 de fevereiro, acima dos 23% colhidos há um ano. Dentre as regiões, a colheita atinge 22% em São Paulo, mais que os 8% registrados no mesmo período de 2023; de 30% no Paraná, contra 8% em 2023; de 26% em Goiás, acima dos 17% um ano atrás; de 61,3% em Mato Grosso, contra os 59,6% colhidos há um ano; de 25% em Mato Grosso do Sul, acima dos 8% registrados em intervalo equivalente da safra passada; e de 24% em Minas Gerais, ante os 15% colhidos em 2023. Em Tocantins e na Bahia, a colheita alcançou respectivos 20% e 4% das áreas, mesmos patamares observados há um ano. No Maranhão, as atividades de campo avançaram 7%, abaixo dos 11% em igual período de 2023; e, no Piauí, a colheita ainda não começou, enquanto já somava 15% um ano atrás. Os preços dos derivados estão pressionados no mercado brasileiro.

Para o farelo de soja, o setor pecuário indica ter estoques para médio prazo. O farelo de soja registra desvalorização de 1,4% nos últimos sete dias. Quanto ao óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS), o preço médio tem baixa de 0,6% nos últimos sete dias, a R$ 4.805,92 por tonelada. Ressalta-se que a queda deste derivado é limitada pelas expectativas de aumento na demanda nos próximos meses, sobretudo por parte das indústrias de biodiesel, uma vez que a mistura obrigatória de biodiesel ao óleo diesel deve passar para 14% (B14) no próximo mês, de acordo com o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). Além disso, há estudos analisando a possibilidade de este percentual crescer ainda mais, passando para 20% (B20) e chegando em até 25% (B25). Com isso, não foi captada prêmio de exportação por parte dos vendedores envolvendo o contrato para embarque em março/2024, o que pode indicar uma retração de indústrias na comercialização do óleo soja nas próximas semanas.

Os contratos para embarques em abril/2024 e em maio/2024 apresentam aumentos nos prêmios de exportação. A alta no preço da soja no Brasil é limitada pela desvalorização externa, que, por sua vez, está atrelada à baixa demanda pela oleaginosa norte-americana. De acordo com o relatório de inspeção e exportação do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgado no dia 20 de fevereiro, os Estados Unidos embarcaram 31,96 milhões de toneladas na parcial desta temporada (de setembro/2023 a 15 fevereiro/2024), volume 22,7% inferior ao escoado no mesmo período da safra anterior. As vendas externas entre as duas últimas semanas diminuíram em 11,6%. Diante disso, na Bolsa de Chicago, o contrato Março/2024 da soja registra queda de 1,2% nos últimos sete dias, a US$ 11,47 por bushel, o menor valor nominal desde 8 de dezembro de 2020. Os contratos com vencimento em março/2024 do farelo de soja e do óleo apresentam recuo de 2,2% e 3,9%, com respectivos fechamentos de US$ 369,16 por tonelada) e de US$ 974,65 por tonelada. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.

 

 

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