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Tendência baixista para os preços internos da soja

29/01/2024 - 09h12m

Tendência baixista para os preços internos da soja

Tendência baixista para os preços internos da soja

 

 

Os preços da soja estão oscilando com certa força, mas as variações negativas predominam. Nos dias de alta, os valores são influenciados pelo ritmo elevado de exportação da oleaginosa nos portos brasileiros e pela baixa produtividade das primeiras lavouras colhidas no País. As quedas estão atreladas a dados indicando maior disponibilidade de soja no Mercosul (Brasil, Argentina e Paraguai) e à demanda doméstica enfraquecida. Com os embarques aquecidos, os produtores estão resistentes em negociar grandes volumes no spot nacional. De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), na parcial de janeiro (até o dia 19), saíram dos portos brasileiros 1,95 milhão de toneladas de soja, quantidade que já supera em 132,7% a escoado em todo mês de janeiro/2023. A posição retraída de produtores também se deve a incertezas em relação à produção nacional. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a colheita de soja em âmbito nacional alcançou 4,7% até 20 de janeiro, acima dos 2% colhidos há um ano.

 

Dentre as regiões, a colheita é de 8% em São Paulo; de 7% no Paraná; de 3% em Goiás; de 1% em Mato Grosso do Sul e no Maranhão. Há um ano a colheita não havia começado nessas regiões. Na Bahia, as atividades estão no início, somando apenas 0,1% da área, igual ao observado no mesmo período da safra passada. O Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) indica que a colheita de soja em Mato Grosso alcançou 12,8% até o dia 19 de janeiro, acima dos 5,9% há um ano e dos 7,9% na média dos últimos cinco anos. De acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), a colheita no Paraná soma 12% da área, com destaque para o município de Toledo, que colheu 47% da área. Em Cascavel, a colheita alcançou 28%; em Campo Mourão, 23%; em Pato Branco, 15%; e, em Umuarama, 10%. Além disso, na Argentina, o clima favorece a semeadura da safra 2023/2024. Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, da área estimada, de 17,3 milhões de hectares, 98,4% haviam sido semeados até 24 de janeiro.

 

Desse total, 92% apresentam condições entre boas e excelentes. Diante disso, as estimativas de produção de soja na Argentina forma revisadas e a projeção agora é de 52,5 milhões de toneladas, 150% acima das 21 milhões de toneladas produzidas na temporada passada. Vale ressaltar que a ocorrência de chuvas nos próximos dias deve ser fundamental para a confirmação de uma boa produção no país vizinho. Com base no Porto de Paranaguá (PR), o prêmio de exportação de soja com embarque em março/2024 tem oferta de venda em -US$ 1,00 de dólar por bushel. Considerando-se as ofertas de janeiro de cada ano, esse é o menor valor da série histórica do Cepea, iniciada em 2004. Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta recuo de 0,7%, cotado a R$ 120,72 por saca de 60 Kg, o menor desde 4 de agosto de 2020. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra queda de 0,3% nos últimos sete dias, a R$ 115,93 por saca de 60 Kg.

 

Nos últimos sete dias, as quedas são de 0,4% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 0,6% no mercado de lotes (negociações entre empresas). A queda nos preços dos derivados é mais acentuada em relação à verificada para a matéria-prima. Com expectativas de que a Argentina volte a absorver maior parte da demanda global de farelo e óleo de soja, os consumidores no Brasil estão cautelosos nas compras desses subprodutos, adquirindo pequenos lotes, para consumo imediato. As cotações do farelo de soja apresentam recuo de 1,9% nos últimos sete dias. O preço do óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS) registra queda de 1,1% no mesmo período, a R$ 4.860,50 por tonelada. Como resultado, o “crush margin” foi calculado em R$ 569,66 por tonelada na média da parcial deste mês, 16,24% inferior ao registrado há um ano. O preço da soja está em alta na Bolsa de Chicago, impulsionado pela possível menor oferta no Brasil, que pode favorecer as exportações de soja dos Estados Unidos.

 

O contrato Março/2024 da soja registra alta de 0,8% nos últimos sete dias, a US$ 12,23 por bushel. Entretanto, o ritmo de embarques nos Estados Unidos ainda segue baixo. De acordo com o relatório de inspeção e exportação do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), as vendas de soja diminuíram em 9,2% entre as duas últimas semanas e em 36,9% em relação ao mesmo período do ano passado. Na parcial desta temporada (de setembro/2023 a 18 de janeiro/2024), os Estados Unidos escoaram 26,75 milhões de toneladas, 21,94% a menos que no mesmo período da safra passada. Os preços futuros dos derivados seguem em queda. O contrato Março/2024 do farelo de soja tem recuo 0,9% nos últimos sete dias, para US$ 394,84 por tonelada. O contrato Março/2024 do óleo de soja, por sua vez, registra desvalorização de significativos 2,3% nos últimos sete dias, a US$ 1.025,80 por tonelada, o menor valor nominal desde 31 de maio do ano passado. Fonte: Cepea.