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Tendência é de preços estáveis da soja no Brasil

11/12/2023 - 09h00m

Tendência é de preços estáveis da soja no Brasil

Tendência é de preços estáveis da soja no Brasil

A tendência é de cotações futuras sustentadas da soja na Bolsa de Chicago no curto prazo, com o “mercado climático” mantendo um prêmio de risco aos contratos, em decorrência das adversidades climáticas que estão atrasando o plantio da safra brasileira 2023/2024. Entretanto, não há expectativa de quebras expressivas na safra brasileira 2023/2024. Para o 1º semestre de 2024, a oferta global tenderá a crescer, com previsão de produção recorde na América do Sul, com maiores colheitas no Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. A expectativa, também, é de incremento na área plantada de soja nos EUA na próxima temporada 2024/2025, com recuo na superfície plantada de milho. Na Bolsa de Chicago, os vencimentos do 1º semestre de 2024 recuaram para o intervalo entre US$ 13,00 e US$ 13,50 por bushel, enquanto os contratos para o 2º semestre de 2024 recuaram para a faixa entre US$ 12,60 e US$ 13,50. Para o 1º semestre de 2024, os prêmios estão negativos nos portos brasileiros, indicando um viés baixista para as cotações domésticas entre os meses de fevereiro e junho de 2024. Os preços do complexo soja estão em baixa no mercado brasileiro.

A queda está atrelada às desvalorizações externa e cambial, que afastaram demandantes do spot nacional. A pressão se deve também à melhora nas condições climáticas em grande parte das regiões produtoras de soja no País. As recentes chuvas ocorridas no Cerrado brasileiro trouxeram alívio aos produtores, que passaram a intensificar a semeadura da safra 2023/2024. Na Região Sul do Brasil, a predominância de um período com menor volume de chuvas proporcionou avanço significativo nas atividades de campo. Na Bolsa de Chicago, o enfraquecimento na demanda global pesou sobre os contratos futuros. Com isso, o contrato Janeiro/2024 da soja registra queda de 2,3% nos últimos sete dias, a US$ 13,11 por bushel. O contrato Dezembro/2023 do óleo de soja também tem baixa, de 2,3%, a US$ 1.126,77 por tonelada. O contrato Dezembro/2023 do farelo de soja registra recuo significativo de 4% nos últimos sete dias, indo para US$ US$ 467,93 por tonelada.

 

Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta recuo de 0,3%, cotado a R$ 145,25 por saca de 60 Kg. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra queda de 1% nos últimos sete dias, a R$ 137,95 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, os valores apresentam recuo de 0,9% tanto no mercado de balcão (preço pago ao produtor) quanto no mercado de lotes (negociações entre empresas). Mesmo com a intensificação das atividades de campo na semana passada, a semeadura da oleaginosa no Brasil segue atrasada em relação à temporada anterior. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a semeadura havia alcançado 83,1% da área nacional até 2 de dezembro, abaixo dos 90,7% cultivados há um ano. Dentre as regiões brasileiras, 93,2% foram semeados na Região Centro-Oeste, contra 97,3% há um ano.

Na Região Sudeste, a semeadura alcançou 89,2% da área, abaixo dos 97% no mesmo período de 2022. Na região do Matopiba (Maranhã, Tocantins, Piauí e Bahia), a semeadura totalizou 55,3% da área, abaixo dos 82% cultivados há um ano. As chuvas registradas nas últimas semanas de novembro beneficiaram as atividades de campo na região e possibilitaram o replantio. Na Região Sul do Brasil, a semeadura alcançou 73,7% da área, contra 79,7% no mesmo período de 2022. Em relatório divulgado no dia 7 de dezembro, a Conab revisou negativamente a estimativa de produção de soja em 1,4% frente ao relatório passado, devido às chuvas irregulares desde o início da temporada 2023/2024. A projeção mais recente é de 160,17 milhões de toneladas. Ainda assim, este volume é um recorde para o País. O esmagamento da soja é projetado em 53,29 milhões de toneladas na temporada 2023/2024, acima das 52 milhões de toneladas estimadas na safra 2022/2023. O Brasil pode abastecer o mercado internacional com volume recorde de 101,5 milhões de toneladas de soja na safra 2023/2024, acima das 100,02 milhões de toneladas projetadas para a temporada 2022/2023.

 

Vale observar que, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), na parcial deste ano (até novembro), já saíram dos portos brasileiros 97,9 milhões de toneladas de soja, volume recorde para o período. A temporada 2023/2024 deve se iniciar com estoque de 3,59 milhões de toneladas de soja, abaixo das 5,2 milhões de toneladas projetadas no relatório passado. O consumo doméstico de farelo de soja pode somar 18 milhões de toneladas na safra 2023/2024, acima das 17,8 milhões de toneladas previstas para esta temporada. As exportações estão projetadas em 21,5 milhões de toneladas na safra 2023/2024, abaixo das 21,62 milhões de toneladas na 2022/2023. De acordo com a Secex, o Brasil já escoou volume recorde de 20,64 milhões de toneladas de janeiro a novembro deste ano. O estoque inicial do farelo de soja é projetado em 2,05 milhões de toneladas na temporada 2023/2024, o maior dos últimos quatro anos. Diante disso, as cotações do farelo de soja apresentam queda expressiva de 5,8% nos últimos sete dias.

Quanto ao óleo de soja, o consumo doméstico é estimado em 9,05 milhões de toneladas na safra 2023/2024, acima das 8,36 milhões de toneladas projetados para 2022/2023. As exportações podem diminuir no próximo ano, previstas em 1,6 milhão de toneladas, abaixo das 2,4 milhões de toneladas projetadas para esta safra (2022/23). De acordo com a Secex, o Brasil já escoou 2,07 milhões de toneladas de óleo de soja neste ano, volume 3,5% inferior ao escoado no mesmo período de 2022. O óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS0 tem desvalorização de 2,7% nos últimos sete dia, indo para R$ 5.449,41 por tonelada. Na Argentina, da área projetada em 17,3 milhões de hectares, 51,7% haviam sido semeados até 6 de dezembro, de acordo com a Bolsa de Cereais de Buenos Aires. A produção de soja na Argentina pode somar 50 milhões de toneladas, acima das 21 milhões de toneladas produzidas na safra 2022/2023. Esse cenário pode impedir aumento no preço dos derivados no Brasil, visto que tende a elevar a oferta mundial de farelo e óleo de soja. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.