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Tendência é altista para os preços da soja no Brasil

27/11/2023 - 08h55m

Tendência é altista para os preços da soja no Brasil

Tendência é altista para os preços da soja no Brasil

A tendência é de sustentação das cotações futuras da soja em Chicago no curto prazo, com o “mercado climático” impondo um prêmio de risco aos contratos, em decorrência das adversidades climáticas que seguem atrasando o plantio da safra brasileira 2023/2024, com relatos de excesso de chuvas em algumas regiões e escassez em outras. Na Bolsa de Chicago, os vencimentos do 1º semestre de 2024 oscilam entre US$ 13,30 e US$ 13,50 por bushel, enquanto os contratos para o 2º semestre de 2024 giram entre US$ 12,80 e US$ 13,90 por bushel. Para o 1º semestre de 2024, os prêmios seguem negativos nos portos brasileiros, indicando um viés baixista para as cotações domésticas entre os meses de janeiro e junho de 2024. Porém, com o atual risco climático sobre a safra brasileira sendo precificado, está se reduzindo a pressão baixista sobre os prêmios nos portos do País, movimento que deverá persistir no curto prazo. Vale destacar que, apesar das condições climáticas adversas, para o 1º semestre de 2024, a oferta global tende a crescer, com previsão de produção recorde na América do Sul, com maiores colheitas no Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.

 

A expectativa, também, é de incremento na área plantada de soja nos EUA na próxima temporada 2024/2025, com recuo na superfície plantada de milho. Chuvas recentes no Centro-Oeste e Sudeste do Brasil trouxeram certo alívio a sojicultores dessas regiões. A semeadura da temporada 2023/24, que vinha registrando pouco avanço por conta da falta de umidade e das altas temperaturas, passou a ganhar mais ritmo nos últimos dias. Já a região Sul continua sendo desafiada pelo excesso de chuvas, que têm deixado os solos encharcados e impedido o avanço na semeadura de soja. No geral, as atividades de campo estão atrasadas frente a anos anteriores. De acordo com a Conab, 65,4% da área nacional estimada havia sido semeada até 18 de novembro, abaixo dos 75,9% no mesmo período da safra passada. Dentre as regiões, 91,1% foram semeadas em Mato Grosso; 87%, em Mato Grosso do Sul; e 62%, em Goiás. Em Minas Gerais, a semeadura atingiu 45,5% da área e, em São Paulo, 91% – as atividades de campo no estado paulista estão mais intensas neste ano.

 

Na região do Matopiba, por outro lado, as chuvas mal distribuídas ainda preocupam sojicultores. De acordo com o Cptec (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos), até o encerramento de novembro, não deve chover no município de Barreiras (BA). Em Luís Eduardo Magalhães (BA), a possibilidade de chuvas é baixa. A Conab indica que 30% da área destinada à soja havia sido cultivada na Bahia; 15%, no Maranhão; 10%, no Piauí; e 60%, no Tocantins. No Sul do Brasil, além das chuvas, a baixa luminosidade também preocupa produtores, visto que esse cenário pode prejudicar o desenvolvimento das lavouras implantadas. A semeadura da oleaginosa alcançou 84% da área no Paraná; 53%, em Santa Catarina; e 24%, no Rio Grande do Sul. Na Argentina, após as chuvas nas últimas semanas, a umidade do solo esteve apropriada para a semeadura. Até 23 de novembro, 34,8% da área prevista para a soja havia sido cultivada. A firme demanda global por óleo de soja e por farelo de soja segue dando suporte às cotações internas destes derivados.

Além disso, o aumento na demanda doméstica por óleo de soja, sobretudo por parte do setor industrial, impulsionou as cotações do derivado nesta semana. O óleo de soja bruto e degomado na região de São Paulo (com 12% de ICMS incluso) está cotado a R$ 5.641,04 a tonelada, alta de 1% em sete dias, e o maior valor desde 11 de abril deste ano. Quanto ao farelo de soja, consumidores domésticos mostraram necessidade de novas compras no spot nacional, cenário que elevou os preços do derivado. Na média das regiões acompanhadas, as cotações subiram 0,9% nos últimos sete dias. A valorização dos derivados e cautela dos produtores em negociar o remanescente da safra 2022/2023 sustentaram os preços da soja em grão no Brasil. Nos últimos sete dias, os Indicadores ESALQ/BM&F – Paranaguá e CEPEA/ESALQ – Paraná avançaram 0,4% e de 0,3%, respectivamente, cotados a R$ 145,16 por saca de 60 Kg e a R$ 139,16 por saca de 60 Kg. Na média das regiões acompanhadas, os valores subiram 0,3% no mercado de balcão (preço pago ao produtor). A valorização do dólar sobre o Real também deu suporte aos preços domésticos nesta semana.

 

Os preços externos da soja caíram nesta semana, pressionados pela maior oferta, diante da finalização da colheita da safra 2023/2024. Além disso, a demanda externa pela oleaginosa norte-americana esteve menor. De acordo com o relatório de inspeção e exportação do USDA, houve redução de 17% nos embarques de soja dos Estados Unidos entre as duas últimas semanas. Na parcial desta safra (de setembro até 16 de novembro), os EUA exportaram 15,9 milhões de toneladas de soja, 8,3% abaixo do volume embarcado em igual período da temporada passada. Na Bolsa de Chicago, o contrato Dezembro/2023 do farelo de soja caiu 1,9% nos últimos sete dias, para US$ 504,96 a tonelada. Já o contrato Dezembro/2023 do óleo de soja avançou 3,8%, para US$ 1.181,67 a tonelada. A alta deste coproduto está atrelada à firme demanda mundial. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.

 

 

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