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Tendência é altista para os preços da soja no Brasil

20/11/2023 - 09h00m

Tendência é altista para os preços da soja no Brasil

Tendência é altista para os preços da soja no Brasil

A tendência é de alta para as cotações futuras da soja em Chicago no curto prazo, com o “mercado climático” impondo um prêmio de risco aos contratos, em decorrência das adversidades climáticas que estão atrasando o plantio da safra brasileira 2023/2024, com excesso e/ou escassez de chuvas em diferentes regiões do País. Entretanto, para o 1º semestre de 2024, a oferta global tende a crescer, com previsão de produção recorde na América do Sul, com maiores colheitas no Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. A expectativa, também, é de incremento na área plantada de soja nos EUA na próxima temporada 2024/2025, com recuo na superfície plantada de milho. Na Bolsa de Chicago, os vencimentos do 1º semestre de 2024 oscilam entre US$ 13,50 e US$ 13,90 por bushel, enquanto os contratos para o 2º semestre de 2024 giram entre US$ 12,80 e US$ 13,90. Para o 1º semestre de 2024, os prêmios estão negativos nos portos brasileiros, indicando um viés baixista para as cotações domésticas entre os meses de janeiro e junho de 2024.

No entanto, o atual risco climático sobre a safra brasileira está reduzindo a pressão baixista sobre os prêmios nos portos do País, movimento que deverá persistir no curto prazo. O preço do óleo de soja está em alta no mercado doméstico, impulsionado pela maior demanda por parte do setor industrial nacional. Além disso, a valorização também está atrelada a expectativas de aumento nas exportações deste subproduto à Índia. O país, que é o maior importador global de óleo, busca intensificar as transações com o Brasil. Do total do óleo de soja nacional embarcado neste ano, de 1,956 milhão de toneladas, 57% tiveram a Índia como destino, de acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Diante disso, o prêmio de exportação de óleo de soja atingiu o maior patamar desde agosto de 2022. Com isso, o óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS) voltou a ser negociado nos patamares de abril deste ano. A valorização é de 5,3% nos últimos sete dias, a R$ 5.582,52 por tonelada.

Quanto ao farelo de soja, a disputa entre compradores domésticos e internacionais está mais acirrada, resultando em alta nos preços domésticos. Vale lembrar que o Brasil já escoou quantidade recorde, de 18,8 milhões de toneladas deste coproduto neste ano. Com isso, as cotações do farelo de soja apresentam avanço de 2,7% nos últimos sete dias. Nesse contexto, com base nos preços da soja, do farelo e do óleo de soja negociados no estado de São Paulo no mercado spot, o “crush margin” das indústrias cresceu significativos 15,7% de 9 a 16 de novembro. Assim, os preços da soja estão em alta no mercado brasileiro, influenciados pela firme demanda, sobretudo das indústrias esmagadoras. Além disso, as chuvas irregulares podem diminuir a produtividade da safra 2023/2024 no Brasil, especialmente na Região Centro-Oeste. Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta avanço de 0,5%, cotado a R$ 144,59 por saca de 60 Kg.

 

A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra alta de 0,4% nos últimos sete dias, a R$ 138,74 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, os valores apresentam alta de 1,1% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 0,9% no mercado de lotes (negociações entre empresas). Os contratos futuros da soja e dos derivados estão valorizados na Bolsa de Chicago, impulsionados pelo clima desfavorável às atividades de campo no Brasil. Além disso, a desvalorização do dólar frente a uma cesta de moedas também influenciou a alta. Vale lembrar que esse cenário deixa a commodity norte-americana mais atrativa aos importadores. O contrato Janeiro/2024 da soja tem avanço 1,2% nos últimos sete dias, a US$ 13,60 por bushel. O contrato Dezembro/2023 do farelo de soja registra alta de significativos 3,8% no mesmo período, indo para US$ 514,55 por tonelada.

 

O contrato de mesmo vencimento do óleo de soja registra avanço de 2,3% nos últimos sete dias, a US$ 1.138,23 por tonelada. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a semeadura da soja alcançou 57,6% da área nacional até o dia 11 de novembro, abaixo dos 66% cultivados há um ano. Dentre as regiões, 73,7% foram semeados na Região Centro-Oeste, contra 83,8% há um ano. Vale ressaltar que, de acordo com o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (Cptec), há probabilidade de chuvas nos próximos dias, especialmente em Mato Grosso. Na Região Sudeste, a semeadura soma 63,5% da área, com avanço mais significativo em São Paulo, que foi beneficiado pelas recentes chuvas, contra 66% no mesmo período do ano passado. Na região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), a semeadura da oleaginosa segue em ritmo lento, devido à escassez hídrica, totalizando 13,5% da área, significativamente abaixo dos 32,3% cultivados há um ano.

 

Na Região Sul do Brasil, as chuvas deram uma trégua nos últimos dias, o que beneficiou o andamento das atividades de campo, que alcançaram 41,7% da área, acima dos 40% no mesmo período do ano passado. A Argentina deve cultivar a maior área com soja dos últimos cinco anos, projetada em 17,3 milhões de hectares pela Bolsa de Cereais de Buenos Aires. Do total da área, 18% haviam sido semeadas até o dia 15 de novembro, progresso de 11,9% em uma semana. Nos Estados Unidos, a colheita de soja da safra 2023/2024 está na reta final. De acordo com o relatório de acompanhamento de safras do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), 95% da área cultivada com soja havia sido colhida até o dia 12 de novembro, em linha com a safra passada e acima dos 91% colhidos na média dos últimos cinco anos. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.

 

 

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