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Tendência de alta para os preços da soja no Brasil

13/11/2023 - 09h56m

Tendência de alta para os preços da soja no Brasil

Tendência de alta para os preços da soja no Brasil

A tendência é de alta dos preços da soja nesta entressafra, no mercado interno. As exportações brasileiras deverão ser recordes em 2023, com forte queda de estoques de passagem para 2024. As adversidades climáticas seguem retardando o plantio de soja no Brasil, o que provoca a adição de um prêmio de risco climático às cotações futuras do grão na Bolsa de Chicago. A liquidez envolvendo a soja está maior, resultado da maior demanda internacional, sobretudo da China, país que tem elevado o volume de esmagamento da soja. As indústrias nacionais também estão mais ativas nas aquisições da soja em grão no spot, devido à aquecida demanda por farelo e óleo de soja. Diante disso, os preços domésticos da soja estão avançando. Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta alta de 1,3%, cotado a R$ 143,88 por saca de 60 Kg. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra avanço de 1,1% nos últimos sete dias, a R$ 138,16 por saca de 60 Kg.

Nos últimos sete dias, os valores apresentam valorização de 2,3% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 1,2% no mercado de lotes (negociações entre empresas). Além da maior demanda, as elevações nos preços também se devem às chuvas irregulares no Brasil, que estão deixando o setor em alerta. Na Região Centro-Oeste, as altas temperaturas e a baixa umidade do solo levaram parte dos produtores a realizar o replantio. Em relatório divulgado no dia 9 de novembro, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicou aumento na produção de soja no Brasil na temporada 2023/2024, projetada em volume recorde de 162,4 milhões de toneladas, 5% superior à safra 2022/2023. Este aumento está atrelado à maior área cultivada com soja, devido à migração de parte da área de milho verão (1ª safra 2023/2024). Vale ressaltar, no entanto, que são estimadas quedas de 2,7% na produção de soja em Mato Grosso, de 1,1% em Goiás, de 4,2% em São Paulo, de 2% no Paraná e de 1,8% em Santa Catarina.

Diante disso, o aumento na oferta nacional se deve à maior produção estimada sobretudo para o Rio Grande do Sul (+68,1%), Minas Gerais (+0,4%) e Mato Grosso do Sul (+2,6%). A semeadura da soja alcançou 48,4% em âmbito nacional, até o dia 4 de novembro, abaixo dos 57,5% cultivados há um ano. Dentre as regiões, 63,7% foram semeadas na Região Centro-Oeste, contra 7% há um ano. Na Região Sudeste, 50,3% da área destinada à soja foi semeada, inferior aos 58,8% no mesmo período da safra passada. Na Região Sul do Brasil, embora o excesso de chuvas tenha interrompido as atividades em alguns municípios, as atividades somam 31,7%, em linha com o observado no mesmo período de 2022. Na região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), a semeadura avança aos poucos e totaliza 7,3% da área, abaixo dos 19,3% cultivados há um ano. Relatório divulgado no dia 9 de novembro pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indica oferta mundial de soja na temporada 2023/2024 em volume recorde, de 400,4 milhões de toneladas. Para o Brasil, a estimativa de produção está em linha com a apontada pela Conab, em 163 milhões de toneladas.

Os Estados Unidos devem colher 112,4 milhões de toneladas (0,6% a mais que o esperado no relatório passado) e a Argentina, 48 milhões de toneladas. Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, os produtores argentinos iniciaram as atividades de campo neste mês, favorecidas por chuvas. Dos 17,1 milhões de hectares esperados para serem cultivados com soja, 6,1% foram semeados até o dia 8 de novembro. Os compradores nacionais estão mais agressivos nas aquisições de farelo de soja, em decorrência dos estoques reduzidos. Com isso, as cotações do farelo de soja apresentam alta de 1,7% nos últimos sete dias. Quanto ao óleo de soja, a alta nos preços é limitada pela cautela de consumidores domésticos. A demanda externa segue aquecida, o que, por sua vez, resulta, em aumento nos prêmios de exportação. O óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS) registra valorização de 0,7% nos últimos sete dias, indo para R$ 5.302,41 por tonelada. Nesse contexto, com base nos preços da soja, do farelo e do óleo de soja negociados no estado de São Paulo, o “crush margin” das indústrias tem alta de 2,7% nos últimos sete dias.

Para os contratos com embarques em 2024, as valorizações são ainda mais significativas. O “crush margin” para março/2024 é calculado em US$ 85,05 por tonelada, forte aumento de 30% nos últimos sete dias. Para abril/2024, a alta é de 47% nos últimos sete dias, calculado a US$ 54,75 por tonelada. O contrato Maio/2024 é calculado a US$ 49,24 por tonelada, avanço expressivo de 55% no mesmo comparativo. Embora a colheita da safra 2023/2024 nos Estados Unidos esteja na reta final (com 91% da área colhida até o dia 5 de novembro), a firme demanda externa e as preocupações com a oferta da safra 2023/2024 na América do Sul têm dado suporte às cotações externas. Na Bolsa de Chicago, o contrato Novembro/2023 da soja registra avanço de 2,8% nos últimos sete dias, a US$ 13,27 por bushel. O contrato Outubro/2023 do farelo de soja tem alta de significativos 4,5% nos últimos sete dias, indo para US$ US$ 495,92 por tonelada. O contrato de mesmo vencimento do óleo de soja registra avanço de 1,1% no mesmo período, a US$ 1.112,22 por tonelada. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.

 

 

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