16/03/2022 - 08h37m
Alimentos: escassez e alta de preço devido a guerra, com reflexos em cada pais de acordo com sua realidade. Charbel Felipe
Alimentos: escassez e alta de preço devido à guerra
Os mercados internacionais de alimentos provavelmente enfrentarão escassez por causa da guerra na Ucrânia. A atividade comercial nos portos do país parou desde que a invasão da Rússia começou, em 24 de fevereiro, e será difícil para os agricultores locais colher suas produções no final deste verão e exportar. Eles ainda poderão enfrentar escassez de combustível, já que o produto é necessário para uso militar. A Rússia e a Ucrânia, juntas, fornecem quase um terço do trigo do mundo, um quarto da cevada e quase três quartos do óleo de girassol, de acordo com o International Food Policy Research Institute (IFPRI).
E, mesmo os agricultores russos não enfrentando os mesmos obstáculos físicos dos ucranianos, eles são afetados pelas sanções econômicas que refletem na demanda pelos produtos agrícolas do país e pelos prêmios de seguro disparando o custo dos embarques de grãos da região. Índia e Austrália, grandes produtores de grãos que tiveram boas safras e armazenam estoques fartos, podem tentar compensar alguns dos déficits russos e ucranianos. A dificuldade de transporte e a capacidade de embarque apertada, porém, tendem a prejudicar os envios da quantidade de grãos que esses países gostariam para os mercados internacionais.
Colheitas abundantes de outros países do Hemisfério Norte também poderiam ajudar a aliviar o choque, mas, de qualquer forma, os consumidores devem ter de pagar mais caro para colocar comida na mesa. Embora os altos preços dos alimentos incentivem a produção, os custos dos combustíveis e fertilizantes comprimem as margens de lucro agrícola. A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que a crise na Ucrânia pode elevar os preços internacionais dos alimentos em mais 22%, em seu pior cenário. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.