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Inflação faz consumidor mudar hábitos no Brasil

14/03/2022 - 08h47m

Inflação faz consumidor mudar hábitos no Brasil 

Inflação faz consumidor mudar hábitos no Brasil

Um cenário de preocupação com a inflação tem levado os consumidores a antecipar as compras nos supermercados para os primeiros dias do mês. O movimento foi constatado pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Os pagamentos ocorrem até o quinto dia útil e os supermercados observam um movimento muito maior nos primeiros dias do mês. O consumidor está aproveitando o dinheiro que acabou de receber, os preços e ofertas do início do mês. Até porque ele não tem certeza se vai comprar depois no mesmo preço. O movimento é um reflexo da memória inflacionária do brasileiro. Nas épocas de inflação descontrolada, até 50% das vendas dos supermercados costumavam acontecer nos primeiros 10 dias do mês.

 

Outra observação é de que o consumidor está indo menos vezes ao mercado. Mas, não é possível afirmar que essa menor ida ao mercado represente uma redução no consumo. Hoje, o cliente tem outras alternativas que não tinha no passado, como aplicativos, por exemplo. O consumo nos lares brasileiros apresentou alta de 1,23% em janeiro na comparação com igual mês de 2021. A estimativa é de que o consumo das famílias cresça 2,8% nesse ano. Por ora, não é esperada uma alteração diante do conflito na Ucrânia. O Brasil precisa fazer de esforços internos, como a redução dos impostos sobre a cesta básica, cujas conversas já se iniciaram com o governo.

Enquanto essa resolução não chega, o movimento de troca de produtos premium por marcas mais baratas continua ganhando força. No óleo de soja, por exemplo, cerca de 59,4% do faturamento entre janeiro e fevereiro deste ano era de produto de baixo valor. Em igual período de 2021, o percentual era de 54,9%. Outro movimento que ganhou força é a troca de carne bovina por ovo, frango e carne suína. Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o consumo de carne bovina entre os brasileiros caiu significativamente desde o início da pandemia e chegou a 26,5 quilos por habitante em 2021, menor volume em 25 anos.

 

Em relação a 2006, quando houve um pico de 42,8 quilos por habitante, o recuo é de quase 40%. Na contramão, cada vez mais ganha espaço o consumo de ovos. Em 2021, foram 255 ovos por habitante. Em 2010, eram 148, número que passou a crescer ano a ano desde então. A Abrasmercado, cesta composta por 35 produtos de largo consumo nos supermercados, apresentou alta de preço de 11,50% em janeiro, na comparação com janeiro de 2021. Na comparação com dezembro, a cesta subiu 1,30%. A cesta fechou o primeiro mês de 2022 em R$ 709,63. Entre os produtos com as maiores altas no mês, ante dezembro, estão a cebola (12,43%), a batata (9,65%) e o tomate (6,21%). As maiores quedas de preço foram do queijo prato (5,96%) e do arroz (2,66%). Fonte: Valor Online. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.