25/10/2021 - 08h47m
Melhora nas cotações de Chicago e Dólar, trazem alta para a soja
Tendência de alta da soja impulsionada pelo dólar
A tendência é altista para os preços da soja no curto prazo, com o dólar em patamares elevados no Brasil e cotações futuras em Chicago sustentadas ao redor dos US$ 12 por bushel. O ritmo de negociações envolvendo a soja está mais acelerado, tanto no spot nacional quanto para entrega nas temporadas 2021/2022 e 2022/2023. Esse aquecimento está atrelado ao aumento da demanda externa (especialmente da China) e às valorizações dos contratos na Bolsa de Chicago e do dólar frente ao Real. Diante disso, os preços da soja estão avançando no mercado nacional e já praticamente recuperaram as perdas verificadas na primeira quinzena deste mês. Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta expressiva alta de 4,2%, cotado a R$ 174,69 por saca de 60 Kg. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra avanço de 2,9% nos últimos sete dias, a R$ 170,23 por saca de 60 Kg.
Ressalta-se que, até o dia 15 deste mês, os Indicadores acumulavam quedas de 4% e de 3%, e com as recentes altas, passaram a apresentar pequenas baixas de 0,5% e de 0,7%. Nos últimos sete dias, as cotações registram alta de 2,1% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 2,6% no mercado de lotes (negociações entre empresas). A alta doméstica ainda foi limitada pela queda nos prêmios de exportação de soja no Brasil, o qual registrou deságio sobre a alta na Bolsa de Chicago. Na Bolsa de Chicago, o contrato Novembro/2021 da soja apresenta valorização de 1,5% nos últimos sete dias, a US$ 12,24 por bushel. Ainda assim, a paridade de exportação segue indicando valores mais elevados para o último bimestre de 2021. Com base no Porto de Paranaguá (PR), a paridade de exportação indica preços de R$ 176,64 por saca de 60 Kg, para embarque em novembro e de R$ 177,98 por saca de 60 Kg, para dezembro. Para março/2022, a paridade indica R$ 163,06 por saca de 60 Kg e para embarque em março/2023, R$ 175,09 por saca de 60 Kg. Para estes cálculos, foi utilizado o dólar futuro negociado na B3.
No campo, além das cotações mais atrativas aos produtores, as vendas também estão sendo influenciadas pelas condições climáticas favoráveis à semeadura de soja no Brasil e à colheita nos Estados Unidos. Nos últimos dias, os trabalhos de campo foram intensificados em muitas regiões, beneficiados pelas recentes chuvas. Por outro lado, na Região Sul do País, as atividades voltaram a ser intensificadas apenas em meados da semana, devido ao excesso de umidade. A semeadura no Paraná havia alcançado 38% da área total até o dia 18 de outubro. Em Mato Grosso, os bons volumes de chuvas e as previsões otimistas favorecem a semeadura. Assim, houve avanço significativo de 24% na semana e de 43% frente à safra 2020/2021. Na média do Estado, 68,7% da safra 2021/2022 já foi semeada, ou seja, os trabalhos estão mais adiantados em relação ao verificado no mesmo período dos últimos 10 anos. As regiões oeste e médio norte estão mais adiantadas.
Em Mato Grosso, 96% da safra 2020/2021 já foi vendida e 40% da produção estimada para a temporada 2021/2022 também já foi negociada. Em Mato Grosso do Sul, os produtores também aproveitaram o volume acumulado de chuva para dar sequência aos trabalhos de campo. Desta forma, 25% do total da área destinada à oleaginosa já foi semeada. Na média do País, 23,7% da área estimada havia sido semeada com soja até o dia 16 de outubro, acima dos 7,7% em igual período do ano passado. Em São Paulo e em Goiás, os trabalhos somam 30% da área destinada à oleaginosa. No Maranhão, 1% da área de soja foi semeada; em Tocantins, 8%; e na Bahia, 3%. As atividades começaram a ganhar ritmo na região do MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) na semana passada, beneficiadas pela maior umidade do solo. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indica que 60% da área de soja havia sido colhida até o dia 17 de outubro, embora abaixo do mesmo período da temporada passada (73%), está acima da média dos últimos cinco anos (55%).
Impulsionado pelas expectativas de maior demanda para a produção de biodiesel, o contrato Dezembro/2021 do óleo de soja negociado na Bolsa de Chicago, registra forte alta de 3,5% nos últimos sete dias, indo para US$ 1.379,64 por tonelada. Diante da alta externa e da firme demanda doméstica, os preços do óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS) apresentam expressiva alta de 5,3% nos últimos sete dias, indo para R$ 8.540,19 por tonelada no dia 21 de outubro, máxima nominal da série histórica. Os preços futuros do farelo de soja também estão avançando, sendo influenciados pela valorização da matéria-prima. Na Bolsa de Chicago, o contrato de primeiro vencimento deste coproduto avançou 3,2% nos últimos sete dias, para US$ 357,15 por tonelada. Mesmo com a alta externa, os valores do farelo de soja estão recuando no mercado brasileiro. A pressão vem da demanda enfraquecida, uma vez que grande parte dos consumidores domésticos relata ter lotes para receber até o final deste ano. Com isso, as cotações registram baixa de 0,3% nos últimos sete dias. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.