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Preços da soja avançam com a demanda aquecida 

28/10/2024 - 08h47m

Preços da soja avançam com a demanda aquecida 

Preços da soja avançam com a demanda aquecida 

A firme demanda por soja em grão, sobretudo por parte das indústrias esmagadoras, está elevando os preços internos da oleaginosa, que já são os maiores de 2024. A alta também está atrelada à retração dos produtores, que evitam negociar grandes volumes no spot nacional. Os produtores estão com as atenções voltadas às atividades de campo envolvendo a safra 2024/2025, que, vale ressaltar, apresentam ritmo mais lento que o observado nas últimas temporadas. Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta alta 2,8%, cotado a R$ 144,28 por saca de 60 Kg. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra avanço de 2% nos últimos sete dias, a R$ 141,64 por saca de 60 Kg. Ambos sendo os maiores do ano, em termos nominais. Nos últimos sete dias, os preços da soja registram avanço de 1,8% no mercado de balcão (valor pago ao produtor) e de 1,9% no mercado de lotes (negociações entre empresas). 

Na Bolsa de Chicago, o contrato Novembro/2024 da soja tem valorização de 0,8% nos últimos sete dias, a US$ 9,96 por bushel. Ressalta-se que o avanço externo é limitado pela maior oferta norte-americana e pela elevação de 0,2% do dólar frente ao Real. A procura por óleo de soja também segue firme. Além do aumento no consumo das indústrias alimentícias, há expectativas de maior demanda nacional pelo derivado para produção de biodiesel em 2025, cenário que vem dando sustentação aos prêmios de exportação e aos preços domésticos. Diante disso, o óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS) apresenta alta de significativos 2,6% nos últimos sete dias, atingindo R$ 6.838,91 por tonelada, o maior valor nominal desde 26 de janeiro de 2023. O aumento no preço brasileiro é reforçado pelas altas externas, que, por sua vez, estão atreladas à valorização do petróleo, diante do conflito no Oriente Médio. A Arábia Saudita é a principal fornecedora mundial desta commodity. 

Ressalta-se que o avanço no valor do petróleo faz com que as refinarias tenham mais incentivo em misturar o biodiesel ao óleo diesel, e o óleo de soja é a principal matéria-prima do biodiesel. Diante disso, nos últimos sete dias, o contrato Dezembro/2024 do óleo de soja registra alta expressiva de 4,1% na Bolsa de Chicago, a US$ 977,30 por tonelada. Diante da firme demanda por óleo de soja, há expectativa de excedente de farelo de soja, cenário que deixa os consumidores afastados das negociações. Muitos adquirem apenas pequenos volumes para completar estoques. As cotações do farelo de soja apresentam queda de 0,3% nos últimos sete dias. Com a valorização da soja em grão e da queda do farelo, a “crush margin” está menor. Tendo-se como base os valores da soja em grão, do farelo e do óleo de soja no estado de São Paulo, a “crush margin” tem queda de expressivos 22,16% nos últimos sete dias, a R$ 444,71 por tonelada. 

O retorno em relação ao custo da soja passou de 26,2% no dia 17 de outubro para 19% no dia 24 de outubro, o menor desde 6 de maio deste ano. Na Bolsa de Chicago, o contrato Dezembro/2024 do farelo de soja registra recuo de 2,4% nos últimos sete dias, a US$ 342,15 por tonelada. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), 17,6% da área nacional havia sido semeada até o dia 20 de outubro, abaixo dos 28,4% há um ano. As atividades de campo avançaram significativamente em São Paulo em uma semana, 35%, alcançando 40% da área esperada, mas, ainda assim, seguem abaixo dos 50% em período equivalente de 2023. Em Mato Grosso do Sul, os produtores intensificaram a semeadura, somando 35% da área esperada, 15% a mais que o registrado na semana passada e acima dos 30% cultivados há um ano. Em Mato Grosso, 21,1% da área foi semeada até o dia 20 de outubro, avanço de 13,3% em uma semana; mas expressivamente abaixo dos 51,5% semeados no mesmo período do ano passado. 

Em Goiás, a semeadura totaliza apenas 9% da área, avanço de 7% frente à semana anterior, mas abaixo dos 20% há um ano. Em Minas Gerais, a semeadura está mais rápida neste ano, contando com 10,5% da área até o dia 20 de outubro, aumento de 8% em uma semana e acima dos 6,4% semeados em igual período de 2023. A semeadura da soja também foi iniciada em Santa Catarina, com 8% da área cultivada, ante 12% há um ano; Tocantins está com 3% da área cultivada, abaixo dos 8% no mesmo período de 2023; Maranhão e Piauí somam 1% semeado em cada Estado. O Paraná segue liderando as atividades de campo nesta temporada, com 41% da área semeada, avanço de 8% em uma semana, porém, abaixo dos 46% cultivados há um ano. Nos Estados Unidos, por sua vez, o clima segue favorecendo a colheita da safra 2024/2025. De acordo com o relatório de acompanhamento de safras do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), 81% da área cultivada com soja foi colhida até 20 de outubro, à frente dos 72% colhidos há um ano e dos 67% na média dos últimos cinco anos. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.

 

 

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