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Tendência é de alta para o preço da soja no Brasil

16/05/2022 - 08h34m

Tendência é de alta para o preço da soja no Brasil

Tendência é de alta para o preço da soja no Brasil

A tendência é altista para os preços da soja no mercado brasileiro, com os futuros subindo em Chicago, a alta do dólar no Brasil, prêmios em alta nos portos brasileiros e a demanda mais aquecida no spot. O dólar fechou a sexta-feira (13/05) em R$ 5,05, em baixa de 1,6%, o que levou a moeda a encerrar a semana passada em leve queda (-0,3%), após ter subido 2,8% na semana anterior. Com isso, os ganhos do dólar em maio agora são de 2,3%. Em 2022, a divisa acumula perdas de 9,3%. A valorização do dólar frente ao Real tem atraído importadores para o Brasil, resultando em aumentos no prêmio de exportação e nos preços domésticos da soja e em elevação da liquidez nacional. Por outro lado, o avanço cambial torna o grão norte-americano menos atrativo a demandantes internacionais, o que, por sua vez, pressiona os contratos futuros na Bolsa de Chicago, movimento este reforçado por expectativas indicando maior produção global na próxima safra. Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta avanço de 0,6%, cotado a R$ 194,58 por saca de 60 Kg.

A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra alta de 1,2% nos últimos sete dias, a R$ 190,72 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, as cotações da soja têm alta de 0,2% nos mercados de balcão (pago ao produtor) e de lotes (negociações entre empresas). No mercado de derivados, os preços do farelo de soja registram recuo de 2,8% nos últimos sete dias, pressionados pela demanda retraída. Os consumidores sinalizam ter estoques do derivado para o curto prazo. Quanto ao óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS), há desvalorização de 2,1% no mesmo período, com preço médio a R$ 10.040,35 por tonelada. Embora a menor demanda para a produção de biodiesel tenha pressionado as cotações, representantes de indústrias alimentícias sinalizam dificuldades para adquirir novos volumes a preços inferiores. Na Bolsa de Chicago, o contrato Maio/2022 do farelo de soja registra recuo de expressivos 6,4%, a US$ 440,26 por tonelada. O contrato Maio/2022 do óleo de soja acumula aumento de 2,3% nos últimos sete dias, a US$ 1.951,51 por tonelada. As atenções estão voltadas para a temporada 2022/2023 no Hemisfério Norte.

Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a área mundial a ser cultivada com soja é estimada em 134,9 milhões de hectares, 3,6% maior que na temporada passada e um novo recorde. A produção também é apontada para ser volume recorde, de 394,7 milhões de toneladas, 13% superior à safra passada. As transações mundiais devem crescer 9,3%, a 170,0 milhões de toneladas de soja, e o esmagamento, 4,2%, a 326,7 milhões de toneladas, ambos recordes. A área de cultivo de soja nos Estados Unidos deve alcançar o recorde de 36,46 milhões de hectares, com produção estimada em 126,28 milhões de toneladas, também a maior da história do país. As exportações norte-americanas devem crescer para 59,87 milhões de toneladas, 2,8% superior às 58,24 milhões de toneladas indicadas na atual temporada 2021/2022 (que se encerra em agosto de 2022).

 

O esmagamento de soja nos Estados Unidos segue crescendo, estimado em 60,28 milhões de toneladas na temporada 2021/2022 e em 61,37 milhões de toneladas em 2022/2023. É importante analisar que os estoques iniciais na temporada 2022/2023 são projetados em 6,39 milhões de toneladas, o menor desde a safra 2016/2017, caso se confirme. Do total da área estimada nos Estados Unidos, apenas 12% haviam sido semeados até o dia 8 de maio, inferior aos 39% em igual período do ano passado e aos 24% da média dos últimos cinco anos. Para o Brasil, a área de soja é prevista pelo USDA em 42 milhões de hectares, um novo recorde, resultando em produção de 149 milhões de toneladas, 19,2% a mais que o estimado para a safra 2021/2022 (125 milhões de toneladas). O esmagamento foi apontado em 48,75 milhões de toneladas (de outubro/2022 a setembro/2023), 2,6% a mais que os 47,5 milhões de toneladas previstos para a 2021/2022. O consumo brasileiro deve crescer 2,7%, passando de 50,74 milhões de toneladas na temporada 2021/2022 para 52,1 milhões de toneladas em 2022/2023.

 

As exportações devem aumentar 6,9% na temporada 2022/2023, saindo de 82,75 milhões de toneladas na atual safra para 88,5 milhões de toneladas na próxima, segundo o USDA. A Argentina também deve elevar a área de cultivo, prevista em 17 milhões de hectares (+6,2%), resultando em produção de 51 milhões de toneladas de soja, 21,4% a mais que as 42 milhões de toneladas estimadas para a atual temporada. Os embarques do grão são apontados em 4,7 milhões de toneladas (outubro/2022 a setembro/2023), significativos 70,9% acima das 2,75 milhões de toneladas previstas para a safra 2021/2022. O esmagamento deve ser o maior das últimas seis temporadas, estimado em 41 milhões de toneladas na temporada 2022/2023, 2,5% acima das 40 milhões de toneladas previstas para 2021/2022. As importações da China são estimadas em 92 milhões de toneladas de outubro de 2021 a setembro de 2022 e em 99 milhões de toneladas de outubro de 2022 a setembro de 2023. Considerando-se o mesmo período, a União Europeia deve importar 14,6 milhões de toneladas na safra 2021/2022 e 15 milhões de toneladas em 2022/2023. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.